quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sancionada a Lei que regulamenta a Emenda 29

Como projeto, o Sistema Único de Saúde é uma referência, pois universaliza o atendimento médico. Na prática, nem tanto, pois a concepção dada originariamente ficou no papel, não bastando, pois, cobrar mais recursos para sua implementação. A crise do SUS está na gestão, e não é de hoje que se fala isso. Entra e sai governo, e a situação permanece, porque ninguém ousa mexer numa área estratégica de tal porte, mas carente de mudanças. Basta ver como é a vida do segurado nas filas e nos corredores do sistema: puro descaso.

O veto da presidente Dilma ao aumento dos repasses federais em casos de revisão do PIB, de fato, foi um passo atrás, pois estados e municípios continuam com suas cotas elevadas e, proporcionalmente, mais altas do que a União, mas nem por isso pode se dizer que tudo está perdido com a sanção da Emenda 29. O que os políticos devem fazer é exigir a adoção de metas, a fim de garantir que o segurado seja, de fato, atendido; que os médicos sejam pagos descentemente e os funcionários, remunerados de acordo com sua capacidade.
Se nada for feito, continuará a mesma ciranda de gente fingindo que trabalha e do Governo fingindo que paga, ficando o prejuízo para o usuário. 

Hoje, o que mais se vê são pessoas numa longa espera pelo atendimento, que leva até mesmo meses, algo impensável quando se trata de saúde. Como nem todo mundo tem acesso a um plano privado, é preciso investir no próprio SUS, que tem tudo para dar certo, desde que, além de recursos, também se pense em como fazê-lo funcionar adequadamente.

Fonte: Tribuna de Minas, 18.1.2012

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