sábado, 31 de dezembro de 2011

IPTU 2012: Correção por decreto

A Prefeitura de Juiz de Fora publica na edição de hoje do Atos do Governo o decreto com a correção inflacionária do IPTU. A medida havia sido anunciada pelo prefeito Custódio Mattos (PSDB) no início do mês quando a mensagem do Executivo que trata do pagamento do imposto e da Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos (TCRS) foi encaminhada para a Câmara Municipal. A proposta inicial era também corrigir a taxa do lixo pela inflação do período medida pelo IPCA. O reajuste, no entanto, foi derrubado pelos vereadores. No caso do IPTU, o prefeito preferiu adotar a prerrogativa de corrigir o valor do imposto para recompor perdas inflacionárias por meio de decreto, sem necessidade de passar pelo crivo dos parlamentares locais.

No escopo da negociação entre Executivo e Legislativo, ficou acertado ainda que o percentual de desconto para pagamento à vista vai subir dos 7% previstos no projeto original para 8%. O abatimento de apenas 5% para quem estiver em débito com a Prefeitura foi mantido. Além disso, pela mesma emenda, os vereadores estenderam o prazo para quem quiser quitar o carnê em uma única parcela de 25 de janeiro para 10 de fevereiro. Outra emenda aprovada pela Câmara Municipal foi a apresentada pelo líder do Governo, Noraldino Júnior (PSC), retoma os descontos maiores do IPTU para as classes C e D que vigoraram até 2009.

Fonte: Tribuna de Minas, 31.12.2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Salário mínimo fixado em R$ 622 para 2012

A presidente Dilma Rousseff assinou nesta sexta-feira (23) o decreto que prevê salário mínimo de R$ 622 a partir de janeiro de 2012. A decisão deve ser publicada no "Diário Oficial da União" no início da próxima semana.

Desde o segundo mandato do presidente Lula, os reajustes anuais do mínimo têm seguido uma fórmula que combina o INPC acumulado desde o aumento anterior e o crescimento da economia do ano retrasado.

Pela legislação em vigor, o arredondamento dos valores deve ser sempre para cima. Por conta disso, havia a expectativa de que o valor pudesse ser de R$ 625.

De acordo com lei publicada no início do ano, que também estabeleceu o piso salarial brasileiro em R$ 545, essa metodologia será seguida pelo menos até 2015.

CONSTITUCIONAL
Em novembro, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por 8 votos a 2, que a definição do valor do salário mínimo por decreto é constitucional. Partidos da oposição questionaram na corte a constitucionalidade do ato.

A maioria dos ministros, no entanto, entendeu que apesar de a Constituição Federal afirmar que o valor do mínimo seja estabelecido por lei, a previsão de reajustar o benefício por decreto não dará à Presidência liberdade para determinar o novo valor.

Congresso aprova Orçamento de 2012

O Orçamento aprovado no último dia de trabalho do Congresso em 2011, em votação simbólica, prevê uma receita total da União de R$ 2,25 trilhões. Desse montante, foram reservados R$ 655 bilhões para o refinanciamento da dívida pública.

O texto do Orçamento efetivo de 2012 (que exclui gastos com pagamento da dívida) prevê R$ 1,602 trilhões em receitas, o que representa um acréscimo de cerca de R$ 30 bilhões ao projeto enviado pelo Executivo, de R$ 1,572 trilhões.

A lei destina ainda R$ 1,495 trilhão para os orçamentos fiscal e de seguridade social. Para pagamento de pessoal e encargos sociais foram R$ 203,24 bilhões. Em 2011, o valor foi de 199,77 bilhões. Outros R$ 107 bilhões são para empresas estatais.

Para investimentos, foram reservados R$ 79,7 bilhões - R$ 15,71 bilhões a mais que em 2011. O valor representa também um incremento de R$ 21,8 bilhões em relação ao projeto original enviado pelo Executivo.

Para a área da saúde, serão destinados R$ 92,1 bilhões, sendo que R$ 2,2 bi irão para emendas de iniciativa popular destinadas ao setor. Municípios de até 50 mil habitantes poderão decidir o serviço de saúde para onde esses recursos deverão ser alocados.

Para a educação, os recursos previstos no Orçamento somam R$ 54,9 bi, o que representa R$ 5,9 bilhões acima do valor mínimo exigido constitucionalmente.

Salário mínimo
O Orçamento mantém sugestão da equipe econômica do governo de corrigir o valor do salário mínimo de R$ 545 para R$ 622,73 a partir de janeiro de 2012. Havia uma expectativa de que o valor fosse arredondado para R$ 625.

Foram destinados R$ 2,2 bilhões para arcar com esse reajuste e correções de pensões e aposentadorias superiores ao mínimo com base na inflação.

O texto final não incluiu aumentos para aposentados e servidores públicos.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Senado Federal aprova a DRU em 2a votação

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (20), por 55 votos a 13 e uma abstenção, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga por mais quatro anos a Desvinculação das Receitas da União (DRU).

A proposta segue agora para promulgação pelo Congresso Nacional, o que deve acontecer nesta quarta (21).

A PEC, apresentada em agosto pelo Executivo, era considerada prioritária pelo governo para combater a crise econômica internacional. Com o mecanismo, válido desde 1994, o Executivo pode manejar livremente até 20% de suas receitas anuais. Só em 2012, serão R$ 62,4 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento. O restante da arrecadação fica vinculado a despesas definidas previamente na lei orçamentária.

Fonte: G1, 21.12.2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Publicada a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho

A publicação da PNSST (Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho) foi considerada por muitos prevencionistas uma importante conquista para a área. O texto saiu por meio do Decreto 7.602, de 7 de novembro, e contou com as assinaturas da presidente da República, Dilma Rousseff, e dos ministros do Trabalho, da Saúde e da Previdência, respectivamente, Carlos Lupi, Alexandre Padilha e Garibaldi Alves Filho. Construída de forma tripartite, a política promete integrar as ações de SST dos três ministérios e traz entre os seus princípios a universalidade. Ela propõe que a segurança e a saúde alcancem a todos os trabalhadores, incluindo informais e o servidor público. Outro princípio é o diálogo social, que passou a ser exercido já na construção do texto.

A CTSST (Comissão Tripartite de Segurança e Saúde no Trabalho) foi criada em 2008 com formação tripartite e paritária. Representantes do governo, dos empregadores e dos trabalhadores tiveram a atribuição de revisar e avaliar a proposta da PNSST elaborada anteriormente. A proposta original datava de 2005 e uma minuta chegou a passar por consulta pública. Foi em cima desse texto, elaborado pelo GEISAT (Grupo Executivo Interinstitucional de Saúde do Trabalhador), que a política atual foi construída.

Um dos objetivos dessa nova elaboração foi atender às diretrizes da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e ao Plano de Ação Global em Saúde do Trabalhador da OMS (Organização Mundial da Saúde).

"Consideramos a PNSST um marco histórico para a área, pois, além de fortalecer o sistema tripartite por meio da CTSST, fortalece também as ações governamentais e de outras entidades de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. É importante ressaltar que a política contribui para a implementação da Convenção 155 da OIT, já ratificada pelo Brasil, e cria as condições necessárias para a implementação da Convenção 187 da OIT", avalia o diretor técnico da Fundacentro e membro da CTSST, Jófilo Moreira Lima Júnior.

Fonte: Revista Proteção, dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ministério da Saúde publica novo padrão de potabilidade da água

Toda água do país destinada ao consumo humano, distribuída por meio de sistema de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e vigilância de qualidade. A Portaria 2.914, publicada na quarta-feira, 14 de dezembro, define os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

De acordo com a Portaria, a coordenação nacional das ações de vigilância da qualidade da água, de responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), realizará o trabalho em conjunto com as secretarias estaduais e municipais para promover e acompanhar a vigilância da água para consumo humano. A coordenação ainda vai estabelecer ações específicas no Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) e executar ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano, de forma a complementar a atuação dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

As secretarias de saúde dos estados e municípios devem inspecionar o controle da qualidade da água em sua área de competência e ainda garantir informações à população sobre a qualidade da água para consumo humano.

As companhias de abastecimento de água deverão elaborar relatórios com informações sobre o controle da qualidade da água, que serão enviados para os estados, Distrito Federal e municípios. Os relatórios devem ter análises dos parâmetros, com acompanhamento mensal, trimestral e semestral.

“A qualidade da água para consumo humano é uma preocupação constante da população e do Ministério da Saúde. As informações repassadas pelas companhias de abastecimento sobre o tratamento da água fornecida à população são essenciais para o controle da qualidade da água potável oferecida pelos estados e municípios”, ressalta o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto.

Assim, segundo a Portaria, quando forem detectadas amostras com resultado positivo para coliformes totais ou qualquer outro parâmetro definido, as ações corretivas devem ser adotadas. Para acompanhar se as medidas tomadas foram eficazes, novas amostras devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios.

“A portaria reflete um esforço de mais de 120 profissionais, entre acadêmicos, especialistas, profissionais do controle e da vigilância da qualidade da água, que durante um ano e meio discutiram cada um dos parâmetros e seus respectivos valores, inclusões e alterações para definição de padrões para controle da qualidade da água potável”, relata a coordenadora geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Daniela Buosi Rohlfs.

Ações do Governo – O Programa Água para Todos, no contexto do Plano Brasil Sem Miséria, hoje garante água de qualidade para os estados do Nordeste brasileiro. O programa é considerado uma das principais ações do Governo Federal para ampliar a oferta e o acesso à água nos meios urbano e rural, com planejamento e investimentos integrados, articulados com outras ações de saneamento básico.

Como ficam as atribuições

ANVISA: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve exercer a vigilância da qualidade da água nas áreas de portos, aeroportos e passagens de fronteiras terrestres, conforme os critérios e parâmetros estabelecidos nesta Portaria, bem como diretrizes específicas pertinentes.

FUNASA: Cabe à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) apoiar as ações de controle da qualidade da água para consumo humano proveniente de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano, em seu âmbito de atuação, conforme os critérios e parâmetros estabelecidos nesta Portaria.

FONTE: Portal da Saúde, 15.12.2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Senado aprova indicação de Rosa Weber para o STF

Com 57 votos a favor, 14 contra e 1 abstenção, o Senado aprovou ontem a indicação de Rosa Maria Weber Candiota da Rosa para ministra do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela substitui a também gaúcha ­Ellen Gracie. É a segunda indicação da presidente Dilma Rousseff para integrar a corte mais importante do país. O primeiro foi Luiz Fux, escolhido para substituir o ministro Eros Grau.

A votação foi marcada por debate em torno da qualificação da magistrada para o cargo. Os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Demóstenes Torres (DEM-GO) questionaram o conhecimento jurídico de Rosa Weber.

Pedro Taques argumentou que a indicada não respondeu a inúmeras perguntas feitas na sabatina da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). E anunciou voto contrário. Demóstenes citou artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo sobre a suposta fragilidade de Rosa Weber.

— Ela não deu conta de ser sabatinada pela CCJ — disse.

Vários senadores saíram em defesa da magistrada. Marta Suplicy (PT-SP) declarou que Rosa Weber é "extremamente preparada" e tem currículo "louvável". Segundo Marta, a ministra pode não ter respondido a algumas questões, mas o mesmo poderia ocorrer a qualquer jurista.

Simon também reconheceu que a indicada foi mal na CCJ — ela estaria tensa, segundo o senador. Mas defendeu de forma veemente a ministra, a quem disse conhecer há anos. Ele mencionou o currículo de Rosa Weber, assim como sua biografia, história e sensibilidade social.

— Ela dará espírito novo ao Supremo. Voto a favor. Pelos meus 80 anos de vida e 30 anos de Senado, dou meu testemunho. Eu a conheço e será grande ministra — disse Simon, argumentando que até mesmo Demóstenes poderia deixar de responder a alguma das perguntas de Taques na CCJ.

Jornal do Senado Federal, 14.12.2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tarifa social na conta de água para 15 mil famílias

Pela proposta, famílias com consumo de até cinco metros cúbicos (cinco mil litros) de água por mês terão desconto de 60% na tarifa, que passaria de R$ 12,68 para R$ 5,07. Para consumo de seis a dez metros cúbicos, o desconto é de 54%. Já para grupos que consomem de 11 a 20 metros cúbicos, a tarifa ficará 45% mais barata.

Para ter direito à tarifa social, as famílias não precisarão fazer qualquer tipo de cadastramento. A Prefeitura já está fazendo o cruzamento de dados da Secretaria de Assistência Social e da Cesama para, automaticamente, conceder o desconto a quem tem direito. A expectativa é de que os benefícios sejam concedidos nas primeiras contas de 2012. "O objetivo é amenizar o peso da tarifa de água e esgoto no orçamento das famílias vulneráveis socialmente", explicou o prefeito. A posterior regulamentação da lei vai definir quais os critérios para descredenciamento de quem ultrapassar o consumo máximo. Conforme a diretora administrativa financeira da Cesama, Maria Clara Corrêa de Oliveira Cyrne, a média de consumo dos beneficiários do Bolsa Família é de dez metros cúbicos.

Se aprovada, a tarifa social implica em impacto negativo de R$ 2.371.524,53 na receita anual da Cesama. Para compensar essa perda na arrecadação, a companhia pretende reduzir em 5% o índice de perda de água.

Fonte: Tribuna de Minas, 13.12.2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

Reitores fraudam leis de licitação

Centros de excelência em formação profissional e pesquisa científica, universidades federais têm construído, paralelamente, uma escola de impropriedades na gestão de recursos públicos. Reitores, pró-reitores e ex-dirigentes de, pelo menos, 16 instituições, em 13 estados, são alvos de processos administrativos, auditorias, inquéritos e ações na Justiça por deslizes que vão do favorecimento a parentes e amigos ao desvio de verbas. Só o Ministério da Educação (MEC) apura 23 casos, envolvendo gestores de oito federais, que, se forem considerados culpados, podem perder seus cargos ou, se já afastados, ficar proibidos de voltar ao serviço público e ter as aposentadorias cassadas.

Na lista constam catedráticos que ganharam notoriedade recentemente, como o ex-reitor José Januário Amaral, que renunciou em meio a suspeitas de integrar um esquema de corrupção na federal de Rondônia (Unir). E outros que caíram em desgraça pública bem antes, casos de Timothy Mulholland, da Universidade de Brasília (UnB), envolvido em denúncias de irregularidades em fundações vinculadas à universidade; e de Ulysses Fagundes Neto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cujos gastos em viagens ao exterior foram o estopim de sua queda. Ambos saíram em 2008, mas ainda não receberam o veredicto do MEC, cujos processos disciplinares (PADs), não raro, são tão lentos que só acabam após os delitos prescreverem.

No Piauí, o reitor da UFPI, Luiz de Sousa Santos Júnior - campeão de PADs no MEC, com oito - acumula ações na Justiça por improbidade administrativa, além de inquéritos no Ministério Público Federal (MPF) e na Polícia Federal que apuram seu envolvimento numa coleção de irregularidades. Numa das ações, ele é acusado pelo MPF de favorecer com 16 contratos, firmados sem licitação, o empresário Cândido Gomes Neto, apontado como controlador de três empresas de publicidade. Em outra, é responsabilizado por gastos abusivos com cartão corporativo, cuja soma alcança R$ 405 mil.
 
Lei de licitação pública é burlada
A Procuradoria da República no Piauí quer multar o reitor por, supostamente, descumprir ordem judicial que o proíbe de firmar convênios com a Fundação Cultural e de Fomento a Pesquisa, Ensino e Extensão (Fadex), ligada à universidade, para obras e serviços sem previsão legal. E sustenta que a entidade tem sido usada por ele para driblar a exigência de contratar mediante concorrência pública. Empresas mantenedoras da Fadex, como a Construtora F. Ramalho, e que constam em seu estatuto, aparecem no Diário Oficial da União (DOU) também como beneficiárias de contratos da fundação e da UFPI.

O MEC apura a participação da D&P, empresa que pertenceu ao professor Iônio Alves da Silva, ex-coordenador de Comunicação da universidade e ligado ao reitor, em licitação para serviços de publicidade - o processo parou na Justiça. Também está sob investigação o suposto dano ao erário em obras do campus de Bom Jesus. E o uso da Comissão Permanente de Seleção (Copese) para favorecer parentes e pessoas ligadas aos seus integrantes. Por esse motivo, o pró-reitor de Pesquisa, Saulo Brandão, responde a ação de improbidade do MPF.

Na UFPI, foi necessária a intervenção de procuradores da República até para que o nome de uma colega do reitor no Departamento de Química, posto como homenagem num prédio da universidade, fosse retirado. Em representação, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação de Docentes (ADUFPI) pedem que o MEC apure a suposta concessão de bolsas, pela Fadex, a Santos Júnior e a uma de suas filhas. Ele nega.

País afora, também estão sob investigação casos de irregularidade em licitações e malversação de verbas na federais de Rio, Amazonas, Pará, Minas, Sergipe, Acre e Pernambuco. No Rio Grande do Sul, o ex-reitor da Universidade de Santa Maria (UFSM) é réu da Operação Rodin, da Polícia Federal, que apurou o suposto desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS, por meio de fundações ligadas à universidade. Ele também é um dos investigados no controle interno do MEC. Em Pernambuco (UFPE), um dos alvos são contratações reiteradas das mesmas empresas para fornecer materiais de construção.

Em 23 de novembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) mandou suspender licitação da federal de Juiz de Fora (UFJF) para ampliar o hospital universitário. A obra está orçada em R$ 136,8 milhões. Os motivos são um sobrepreço de R$ 15,7 milhões, apontado na auditoria, restrições à competitividade e indícios de conluio entre as únicas três construtoras que participaram da concorrência. Os preços apresentados por elas foram tão parecidos que a primeira classificada, com o maior desconto, tinha uma diferença de apenas 0,38% em relação ao valor de referência.

Na decisão, relatada pelo ministro José Múcio, o tribunal pede à PF e ao MPF que apurem o caso. E afirma que, embora tenha pedido correções no edital em ocasião anterior, a universidade não o fez.

No Rio, o TCU aplicou este ano multas de R$ 20 mil ao ex-reitor da UFRJ Aluísio Teixeira, e de R$ 5 mil à vice-reitora de sua gestão, Sylvia da Silveira Mello Vargas, por impropriedades em parceria com o Sindicato Nacional dos Oficiais de Marinha Mercante (Sindmar) para a instalação de um simulador aquaviário. Os recursos do projeto foram destinados por emenda da deputada Jandira Feghali (PCdoB). O equipamento foi instalado na entidade, presidida na época pelo marido da parlamentar, Severino Almeida Filho.

Segundo o relatório que embasou a decisão, a aquisição feriu a Lei de Licitações e foi direcionada ao Sindmar. Além disso, permitiu-se "o envolvimento da universidade em benefício de uma organização sindical". O equipamento, sustenta o tribunal, sequer era necessário à UFRJ. A reitoria nega irregularidades. Houve recursos ao acórdão, mas o tribunal manteve as multas e deu prazo para o pagamento.

Fonte: Jornal O Globo, 10.12.2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aprovada a Regulamentação da Emenda 29

Por 70 votos a 1, os senadores aprovaram na noite desta quarta-feira projeto que regulamenta a emenda 29 e fixa os valores mínimos a serem investidos na área da saúde.

O texto, que já havia sido aprovado pela Câmara, mantém a regra seguida atualmente pela União para cálculo dos recursos.

De acordo com o projeto, o recurso deve corresponder ao valor empenhado no ano anterior acrescido da variação nominal do PIB (Produto Interno Bruto) nos dois anos anteriores.

Assim, para 2012, por exemplo, a União teria de aplicar o empenhado em 2011 mais a variação do PIB de 2010 para 2011. O projeto original estabelecia em 10% da receita corrente bruta o investimento a ser feito pela União, mas essa fórmula foi rejeitada no Senado.

O governo, que desde o início foi contra a fixação da porcentagem, alega não ter como destinar tantos recursos (algo em torno de R$ 35 bilhões) ao setor.

Quanto aos percentuais a serem aplicados por Estados e municípios, o texto aprovado manteve 12% da receita corrente bruta para os Estados e 15% para os municípios.

O projeto também define o que pode ser considerado gasto com saúde e evita que investimentos em saneamento, por exemplo, sejam incluídos no cálculo.

Segundo a Frente Parlamentar da Saúde, formada por deputados e senadores, isso deve injetar cerca de R$ 4 bilhões no SUS (Sistema Único de Saúde) já em 2012.

Na votação de hoje, os senadores também rejeitaram a possibilidade da criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde), defendida pelo líder do PT, Humberto Costa (PE). A arrecadação do tributo, segundo a proposta, seria destinado para a área da saúde, nos moldes do que previa a extinta CPMF.

O texto agora vai para sanção da presidente Dilma Rousseff.

Fonte: Folha de S. Paulo, 7.12.2011 

Senado Federal aprova Código Florestal, que volta para a Câmara

59 votos contra 7, o Senado Federal aprovou nesta terça-feira, 6 de dezembro, o texto-base do projeto que reforma o Código Florestal. Em seguida, os senadores analisaram os destaques ao projeto e 26 emendas foram incluídas. Agora, o texto volta para análise da Câmara, uma vez que sofreu alterações no Senado. O PSOL foi o único partido a recomendar a rejeição do texto.

Peça-chave da legislação ambiental brasileira, o Código Florestal impõe limites ao avanço da produção agrícola e da pecuária no país ao definir quais áreas podem ser ocupadas pelos proprietários rurais e quais devem ser obrigatoriamente preservadas.

A proposta poupa a presidente Dilma de desgaste ao excluir a anistia explícita a desmatadores embutida no projeto da Câmara dos Deputados.

O texto da Câmara regularizava toda a produção agropecuária nas áreas de preservação permanente, deixando sem recuperação 34 milhões de hectares de florestas desmatadas até 22 de julho de 2008 – uma área do tamanho da França. Os desmatadores ficariam livres de multa.

Os senadores obrigam os fazendeiros a recompor de 15 metros a 100 metros de mata ciliar. Propriedades até quatro módulos fiscais são isentas. Na volta do texto para Câmara, este ponto deve ser rediscutido.

O projeto mantém 2008 como data-limite para a regularização, livrando de multa os proprietários que aderirem a planos de regularização a serem implantados em um ano.

A proposta agrada ao governo que avalia que os senadores melhoraram e avançaram na proposta encaminhada pela Câmara. A ministra Izabela Teixeira (Meio Ambiente) e assessores participaram ativamente das negociações, permitindo, por exemplo, a anulação de multas aplicadas a fazendeiros que desmataram sem autorização áreas que podiam ser exploradas, mas só com licença ambiental.

O projeto estabelece ainda que o Brasil poderá impor barreiras comerciais a produtos agrícolas de países que não adotem legislações ambientais “compatíveis” com a brasileira.

Foram mais de cinco horas de discussão. O tema dividiu os senadores. Parlamentares alinhados aos ambientalistas fizeram discurso contra a matéria. Argumentam que a proposta deixa brecha para novos desmatamentos e fragiliza a legislação ambiental.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

STF adia novamente decisão sobre ficha limpa

Débora Santos
Do G1, em Brasília

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram não retomar nesta quarta-feira (30) o julgamento das três ações que tratam da aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2012. Apesar de o tema ter oficialmente voltado à pauta na sessão desta quarta, o receio de um novo empate impediu que fosse retomado o julgamento.

Em outras ocasiões que o STF analisou o tema, o resultado dos julgamentos terminou empatado. O caso permanece na pauta de julgamentos e pode vir a ser analisado na sessão desta quinta-feira (1º). A lei impede a candidatura de políticos condenados pela Justiça em decisões colegiadas ou que renunciaram a cargo eletivo para evitar processo de cassação.

O Supremo conta atualmente com dez ministros, um a menos que a sua composição completa – Rosa Maria Weber, indicada pela presidente Dilma Rousseff, será sabatinada pelo Senado na próxima semana e não tem data para tomar posse.

A suspensão do julgamento da ficha limpa ocorreu em sessão no dia 9 de novembro, quando o ministro Joaquim Barbosa pediu vista das ações e chegou a dizer que só liberaria os processos para dar sequência ao julgamento depois que o plenário estivesse completo.

sábado, 26 de novembro de 2011

UFJF acaba com vestibular e adota Enem

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) anunciou nesta quinta-feira (24) que decidiu acabar com o vestibular como forma de seleção a partir do próximo ano, ou seja, para ingresso em 2013. Após reunião do conselho de graduação, ficou decidido que 70% das vagas serão preenchidas por estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e que se inscreveram no Sistema de Seleção Unificado (SiSU). O Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) está mantido para receber 30% das vagas ofertadas pela instituição.

Para o pró-reitor de graduação, Eduardo Magrone, a decisão foi embasada por um longo debate durante o ano com objetivo de estabilizar as formas de ingresso na universidade. “A forma de ingresso nas universidades do Brasil pelos vestibulares é antiquada e não corresponde às mudanças sofridas pelo ensino superior”.

Para o vestibular deste ano nada muda. O processo está mantido, assim como as provas da segunda fase, que serão realizadas nos dias 19 e 20 de dezembro. Estão inscritos 17.019 candidatos. O Pism terá as provas dos módulos I e II aplicadas nos dias 11, 12 e 13 de dezembro, e as do módulo III nos dias 18, 19 e 20 de dezembro.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Senado Federal aprova a criação da EBSERH

A criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares para administrar os hospitais universitários foi aprovada pelo Plenário do Senado nesta quarta-feira (23). O Projeto de Lei da Câmara 79/2011 repete proposta que constava da MP 530/2010, que perdeu a vigência por decurso de prazo em junho, e é uma tentativa do governo de dar mais agilidade à gestão dos hospitais universitários, ao mesmo tempo em que regulariza a situação de cerca de 25 mil funcionários dessas instituições.

O projeto, que vai à sanção, foi aprovado com 42 votos a favor e 18 contrários. Os senadores de partidos de oposição (DEM, PSOL e PSDB) fecharam contra a criação da nova estatal. Também o senador Cristovam Buarque (DF), do PDT, um dos partidos da base, anunciou voto contrário. Ele criticou a idéia de excluir do âmbito das universidades a gestão desses hospitais, tirando deles o caráter de formação.

Na proposta, o Executivo apresentou duas justificativas para criação da nova empresa. A primeira é de estabelecer um modelo jurídico-institucional mais ágil e eficiente para os 46 hospitais hoje vinculados a universidades federais. Essas instituições são responsáveis, por ano, por cerca de 40 milhões de procedimentos de média e alta complexidade realizados no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, como não têm personalidade jurídica própria, acabam por sofrer com a limitada autonomia administrativa e financeira.

A segunda justificativa é solucionar, de forma definitiva, irregularidades na contratação de pessoal nos hospitais universitários. Essas instituições contam com mais de um terço de seus 70 mil funcionários contratados por intermédio de fundações de apoio às universidades, na forma de terceirizações. A modalidade, no entanto, já foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

- O projeto demonstra a preocupação da presidente com a situação calamitosa por que passam os hospitais universitários. As instituições responsáveis pela formação da força de trabalho que vai atuar no setor da saúde funcionam, há pelo menos duas décadas, em condições precárias. E não se trata, como argumentam alguns críticos, de privatização dos hospitais universitários. Muito pelo contrário. O capital da empresa será integralmente de propriedade da União e a empresa deverá seguir todos os ritos e controles que delimitam a atuação dos entes públicos - explicou o relator da matéria em Plenário, senador Humberto Costa (PT-PE).

Ele relatou em Plenário o voto em separado do senador Wellington Dias (PT-PI) no âmbito da Comissão de Educação (CE), que acabou não decidindo sobre o assunto. O relator, senador Roberto Requião (PMDB-PR), apresentara voto contrário à proposta e, com o impasse, o texto foi diretamente ao Plenário. 

Assistência gratuita
Pelo PLC 79/11, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) é uma empresa pública unipessoal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Educação, com foro no Distrito Federal. Suas fontes de recursos virão principalmente de dotação orçamentária da União.

A empresa é responsável pelo trabalho junto às instituições federais de ensino para serviços de apoio a ensino, pesquisa, extensão e formação de pessoas no campo da saúde pública. Também poderá prestar serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar e ambulatorial à comunidade e mesmo de planos privados de assistência à saúde, com seu devido ressarcimento.

A medida provocou polêmica em Plenário. Senadores de oposição argumentaram que o projeto fere o artigo 207 da Constituição que trata da autonomia universitária, ao passar a gestão dos hospitais universitários a uma empresa de fora das instituições de ensino, ainda que vinculada ao Ministério da Educação.

- Hospital universitário é hospital de formação, tem de estar dentro da instância universitária, mesmo que, dentro da universidade, ele possa ter gestão autônoma. Mas dependendo de tudo, inclusive da gestão do conselho universitário. Como está, é um perigo para o Brasil a aprovação deste projeto. Ele pode representar um salto gerencial, mas com significativo retrocesso pedagógico - criticou Cristovam Buarque. 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

DRU é aprovada em segunda votação na Câmara dos Deputados

O governo conseguiu concluir na noite desta terça-feira, 22 de novembro, a votação do segundo turno da emenda constitucional que prorroga a DRU (Desvinculação das Receitas da União) por mais quatro anos. Todos os destaques, apresentados pela oposição, foram derrubados pela base aliada.

A DRU é um mecanismo que permite ao governo gastar livremente 20% de suas receitas. Esse mecanismo vence em dezembro. A proposta ainda precisa ser votado pelo Senado para a prorrogação entrar em vigor.

A votação de hoje foi o segundo turno da emenda. O primeiro havia sido aprovado no dia 9 de novembro. A ideia era de que a segunda votação acontecesse no mesmo dia, mas a oposição recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que o prazo de cinco sessões fosse respeitados. Pelo Regimento da Casa, emendas constitucionais precisam ser votadas em dois turnos, respeitando-se o intervalo de cinco sessões do plenário.

A DRU é considerado o maior desafio do governo da presidente Dilma Rousseff nesse segundo semestre. Esse mecanismo foi criado em 1994, com o Plano Real, para contornar a imposição de despesas pela legislação - principalmente a obrigatoriedade de destinar todos os recursos das contribuições sociais para programas de previdência, saúde ou assistência.

A emenda ainda precisa ser votada em dois turnos no Senado até o recesso parlamentar, que tem início no dia 23 de dezembro. Caso contrário, o mecanismo deixa de vigorar.

Mínimo em 2012 será de R$ 622,73

Em vez de R$ 619,21, o valor do novo salário mínimo, a ser pago em 2012, será de R$ 622,73. Ontem, o Ministério do Planejamento enviou ofício ao Congresso Nacional pedindo a atualização do valor argumentando que a diferença de R$ 3,52 em relação ao valor inicialmente proposto se refere à elevação da estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que reajusta o mínimo, segundo a Agência Câmara. Caberá ao relator do Orçamento, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), cobrir a diferença em seu texto.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Comissão da Verdade e Lei de Acesso a Informações Públicas

A presidenta Dilma Rousseff sancionou hoje (18) a lei que cria a Comissão da Verdade para apurar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar. Dilma sancionou também a Lei de Acesso a Informações Públicas, que acaba com o sigilo eterno de documentos.

Para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a informação não deve ser de poder de quem governa, mas de toda a sociedade. “A questão dos direitos humanos é chave e, portanto, a lei [de Acesso a Informações Públicas] foi clara. Nesse segmento não há restrições de informação.”

A Comissão da Verdade será formada por sete pessoas, escolhidas pela presidenta da República a partir de critérios como conduta ética e atuação em defesa dos direitos humanos. Ao todo, 14 servidores darão suporte administrativo aos trabalhos.

O grupo terá dois anos para ouvir depoimentos em todo o país, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos. De acordo com o texto sancionado, a comissão tem o objetivo de esclarecer fatos e não terá caráter punitivo.

O grupo vai aproveitar as informações produzidas há quase 16 anos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e há dez anos pela Comissão de Anistia.

A Lei de Acesso a Informações Públicas permite que o cidadão consulte documentos produzidos pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de forma a dar mais publicidade e transparência aos atos da administração pública.

A norma acaba com o sigilo eterno de documentos. Os documentos hoje classificados como ultrassecretos, que são aqueles com informações imprescindíveis à segurança do Estado, estarão protegidos por um prazo máximo de 50 anos. Atualmente, o documento ultrassecreto fica guardado por 30 anos, mas esse prazo pode ser prorrogado sucessivamente.

A lei abrange também estados e municípios e assim, o cidadão poderá, por exemplo, pedir dados sobre como foi empregada a verba do hospital e da merenda escolar de sua cidade. As informações solicitadas pela população devem ser respondidas em, no máximo, 20 dias.

Em seis meses, cada órgão vai ter que publicar em sua página na internet informações sobre sua atuação, como contratos, licitações, gastos com obras, repasses ou transferências de recursos. As entidades que recebem recursos públicos também terão que dar transparência a seus dados.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Qualidade no serviço público e tributação


Mesmo trabalhando, em média, 149 dias por ano apenas para pagar impostos, o cidadão brasileiro não consegue usufruir de benefícios mínimos assegurados constitucionalmente. Os governos federal, estadual e municipal arrecadam muito, gastam mais ainda e não revertem os recursos em serviços públicos de qualidade. A conclusão é de uma pesquisa sobre qualidade no serviço público e tributação realizada pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento avaliou a qualidade de 12 serviços prestados à população, sendo que apenas quatro foram considerados satisfatórios pelos entrevistados. Por outro lado, é unânime a constatação de que é elevada a carga tributária.
Entre os serviços avaliados, postos de saúde e hospitais e segurança pública são considerados os menos qualificados com, respectivamente, 81% e 72% de reprovação. O atendimento à população em repartições públicas também aparece com cotação negativa para 63% dos entrevistados. O quarto pior desempenho ficou com a educação fundamental e o ensino médio, com qualidade baixa ou muito baixa na avaliação de 58% dos brasileiros. Já o fornecimento de energia elétrica lidera o ranking de qualidade, com aprovação de 75% da população. Em seguida, aparecem o fornecimento de água, avaliado de forma positiva por 66% dos entrevistados, e iluminação pública, por 61%. Educação superior está na quarta colocação, com 52% de aprovação, mas com qualidade considerada adequada. Limpeza urbana atingiu a média, sendo aprovada por 50% dos entrevistados, mesmo percentual dos que consideram o serviço de "baixa" ou "muito baixa" qualidade.
A qualidade insatisfatória, na avaliação dos entrevistados, não passa por uma questão de financiamento. Para a grande maioria, a arrecadação atual dos governos é mais que suficiente para melhorar a qualidade dos serviços públicos. A pesquisa mostra que 81% da população consideram que, pelo valor dos impostos, a qualidade da prestação de serviços públicos deveria ser melhor no Brasil. Nesse sentido, quase a totalidade dos entrevistados acha desnecessário aumentar a tributação para vislumbrar melhorias. O problema do serviço público na avaliação de 63% dos entrevistados envolve muito mais a má-utilização dos recursos públicos do que a falta deles. 
A constatação é compartilhada pelo economista especializado em contas públicas, Raul Velloso, para quem a receita básica para mudar o quadro do serviço público passa pelo fim do ciclo da má aplicação de dinheiro público, que não provoca resultados satisfatórios e obriga o Governo a gastar mais, inviabilizando também qualquer hipótese de redução da carga tributária. "Aumentar a eficiência dos gastos públicos é o grande desafio". Para ele, embora com uma das cargas tributárias mais altas do mundo, as obrigações constitucionais básicas não estão sendo cumpridas a contento. Essa questão, segundo o economista, figura entre as muitas equações misteriosas do país. "Com tantos recursos, por que não se investe mais?", questiona. Uma resposta, segundo o próprio Velloso, poderia ser: "Porque é preciso ter eficácia nos gastos".  
Fonte: Tribuna de Minas, 13.11.2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Câmara dos Deputados aprova DRU em 1o turno

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) anunciou, na noite desta quarta-feira, 9 de novembro, o adiamento da votação em segundo turno da proposta que prorroga até dezembro de 2015 a Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que permite ao governo gastar, como quiser, até 20% de sua arrecadação nos próximos quatro anos.

O adiamento, previsto para o dia 22 e 23 de novembro, foi fruto de pressão da oposição, que desde a noite desta terça, quando foi iniciada a votação em plenário, utilizou de mecanismos previstos no regimento da Câmara para prolongar ao máximo o debate da proposta.

Atraso
O adiamento atrasa os planos do governo, que pede pressa na aprovação em definitivo na Câmara para conseguir votar a proposta no Senado até o início do recesso parlamentar, que começa em 23 de dezembro. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a medida precisa ser votada em dois turnos nas duas Casas.

Ao longo da tarde e da noite desta quarta, foram rejeitados os últimos quatro destaques (mudanças) apresentados pela oposição, inclusive um de autoria do DEM que propunha estender a DRU somente até 2013. Outras duas emendas rejeitadas buscavam impedir o remanejamento de receita proveniente de contribuições sociais. Também foi derrubado destaque que previa desvinculação apenas para recursos obtidos com futuros tributos que viessem a ser criados.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ensino Superior: matrículas crescem 110% em 10 anos

Norte e Nordeste têm maiores altas de matrículas na educação superior

Matrículas cresceram 110,1% em dez anos; no Norte, aumento foi de 148%.
Nordeste é a segunda região em número de estudantes de ensino superior.

MEC divulgou o novo Censo da Educação Superior (Foto: TV Globo/Reprodução)MEC divulgou o novo Censo da Educação Superior
gráfico com a porcentagem de matrículas na educação superior (vale este) (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Brasil registrou, em 2010, 6.379.299 estudantes matriculados em um dos 29.507 cursos de graduação ou pós-graduação de 2.377 instituições, segundo dados do Censo de Educação Superior divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Ministério da Educação. O número é mais que o dobro do registrado em 2001, de pouco mais de 3 milhões. Ao todo, as matrículas cresceram 110,1% em dez anos.

O crescimento foi impulsionado pelas regiões Norte e Nordeste, com alta de 148,3% e 128,5%, respectivamente. Em relação a 2001, o Nordeste ultrapassou a região Sul  para se consolidar na segunda região em número de estudantes de ensino superior, com 19,2% do total de matrículas. Foi no censo de 2008 que o Nordeste apresentou maior número de matrículas que o Sul.
 
A participação do Sul caiu de 19,8% para 16,4%. A região Norte, porém, ainda é a que menos tem alunos de graduação e pós, com apenas 6,5% do total. Os dados se referem às matriculas em cursos presenciais. "O Censo mostra que a distribuição regional ficou nuito mais equilibrada", destacou o ministro da Educação Fernando Haddad.

Segundo o levantamento feito pelo MEC, um dos motivos do crescimento “é o aumento da oferta de cursos a distância e tecnológicos”. Desde 2002, o governo federal promove a expansão da rede de institutos federais de ensino tecnológico em todo o Brasil.

gráfico com a porcentagem de matrículas na educação superior (Foto: Editoria de Arte/G1)
O número de escolas saltou de 140 para 366 nesse período, privilegiando as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, historicamente mais defasadas. Em dezembro do ano passado, 19 das 31 novas unidades entregues estavam no Nordeste e no Norte. A previsão de 81 novas unidades para 2012 inclui 24 no Nordeste, 17 no Centro-Oeste e 13 na região Norte.

Embora tenha crescido menos que Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a região Sudeste continua reunindo quase metade de todas as matrículas da educação superior brasileira. São 2.656.231 estudantes em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ou 48,7% do total. Em 2001, 51,7% das matrículas estavam concentradas na região.

ENSINO PRESENCIAL X ENSINO A DISTÂNCIA
Tipo de cursoPresencialA distância



Bacharelado



72,6%



28,8%
Licenciatura17%45,8%
Tecnológico10%25,3%
Não aplicável*0,3%0%

Graduação a distância
A educação a distância, modalidade praticamente inexistente há dez anos já representa 14,8% do total de matrículas no ensino superior brasileiro. Quase um milhão de brasileiros cursa a graduação em instituições credenciadas pelo MEC. Enquanto na modalidade presencial predominam os cursos de bacharelado (72,6%), a maior parte dos cursos a distância são de licenciatura (45,8%) e tecnológicos (25,3%).

O ministro da Educação disse que o MEC não tem "pressa" para aumentar os números do ensino a distância. "Estamos zelando patra que a educação à distância (EaD) tenha um crescimento sustentável", afirmou Haddad. "Não temos nenhuma pressa em expandir a EaD para obter estatisicas suntuosas mas com baixa qualidade de ensino. Há muito espaço para expanaão, mas estamos mais preocupados com a qualidade do que com o crescimento quantitativo."
Candidatos fazem prova da Fuvest em sala da Faculdade de Educação da USP (Foto: Mateus Mondini/G1)
 
Cursos presenciais representaram 85,2% do total de matrículas em 2010 (Foto: Mateus Mondini/G1)
Gráfico comparativo entre educação superior pública e privada (Foto: Editoria de Arte/G1)

Educação pública e privada
A maior parte das matrículas continua concentrada nas instituições particulares de ensino superior. Em 2010, 74,3% do total de estudantes brasileiros cursava uma faculdade ou universidade privada. As particulares tiveram ainda mais ingressos que as privadas no ano passado: 78,2% dos estudantes que começaram um curso em 2010 o fizeram em uma instituição paga.

O censo divulgado pelo MEC apontou ainda que a grande maioria das instituições e cursos de graduação estão na rede particular. São 2.099 escolas, faculdades ou universidades privadas contra 278 públicas, e 68,7% dos 29.507 exigem mensalidade.

É nas públicas, porém, que se concentra a maior parte dos estudantes de pós-graduação. Em comparação com os mais de 6,3 milhões de universitários na graduação, o Brasil tem apenas 173.408 pessoas matriculadas em um curso de especialização, mestrado ou doutorado. O número equivale a 0,09% da população brasileira.

Haddad destacou ainda o número de estudantes que se formam nos cursos de graduação. "Saltamos de 309 mil concluintes em 2001 pra 973 mil concluintes em 2010. Praticamente nós triplicamos o numero de formados nas nossas instituições de ensino superior.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Brasil subiu uma posição no ranking que mede a qualidade de vida de um país

Em dez anos, a cabeleireira Silvana Araújo saiu de um salão, em Planaltina, a 50 quilômetros de Brasília, para a Asa Norte, no centro da capital. Quanta coisa mudou.
“- Pegava ônibus lotado, com a sacola na mão, a sacola pesada do material pessoal. Hoje, eu tenho o meu carro automático, tenho a minha moto” diz.

O aumento da renda do brasileiro é uma das causas que levaram o país a melhorar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Cada brasileiro deve ganhar, em média, US$ 10,162 mil, este ano, o equivalente a R$ 17,580 mil – US$ 350 a mais que no ano passado.

A Noruega, que ocupa o primeiro lugar do ranking de 187 países, tem renda quatro vezes maior do que a nossa.

Os programas de transferência de renda, o aumento real do salário mínimo e o fortalecimento do mercado interno explicam o lado bom dessa história. O problema é que para a Onu, só aumento do poder aquisitivo não resolve. Educação e saúde também são fundamentais para melhorar a vida das pessoas.

É o caso de Ernestina de Souza que estudou pouco. Doméstica, marido desempregado, dois filhos pequenos, mora num barraco de chão de terra e em uma rua sem asfalto. “Meu sonho é ter minha casa, meu lugar”.
"O que a Onu poderia nos ajudar é fazer uma pressão enorme para que houvesse uma mudança nesse sistema. Principalmente focando nos sistemas de educação para que formássemos pessoas empreendedoras e não meros analfabetos funcionais”, fala o sociólogo Antonio Flávio Testa.

Esse desequilíbrio entre renda, saúde e educação - o tripé que compõe o IDH - explica o posicionamento do Brasil. Na comparação com nossos vizinhos sul-americanos, perdemos para Argentina (45º), Chile (44º) e Uruguai (48º).

Mas a Onu projeta um Brasil melhor na educação. A criançada que está começando a estudar deve ficar na escola por quase 14 anos. Quase o dobro da média atual.

Mas a maternidade precoce tem atrapalhado os planos de muitas meninas. Temos mais adolescentes grávidas do que em países como a África do Sul. Um problema que, segundo a Onu, também tem tudo a ver com educação. “Acredito que os maiores motivos são a não utilização de métodos contraceptivos e também a falta de conhecimento também dessa questão ligada à gravidez nessa fase”, afirma o economista das Nações Unidas, Rogério Borges de Oliveira.

Fonte: G1, 3.11.2011 

domingo, 30 de outubro de 2011

Problemas no ENEM - 2012

HÉLIO SCHWARTSMAN - FSP
SÃO PAULO - Já está ficando repetitivo. Desde 2009, cada vez que o novo Enem fracassa, vejo-me compelido a escrever um texto defendendo a metodologia do exame das incúrias a que o MEC a expõe. Três crises em três tentativas de aplicação é de fato uma marca, mas, antes de decretar a falência do Inep ou exigir que 4 milhões de alunos refaçam suas provas, convém analisar o quadro desapaixonadamente.
 
O primeiro ponto a destacar é que a metodologia do exame, baseada na Teoria da Resposta ao Item (TRI), já se mostrou eficaz numa série de avaliações no Brasil e no exterior.
Desenvolvida a partir dos anos 50, a TRI possibilita testes sofisticados, que permitem comparar isonomicamente alunos submetidos a provas diferentes. Logo, é descabido o pedido do Ministério Público para anular a prova em todo o país. Se há suspeitas sobre um grupo, basta que esses alunos refaçam o teste.

Tanto a fraude de 2009 como os erros de 2010 e a ainda obscura história de 2011 poderiam ter sido evitados se o MEC tivesse aproveitado melhor as possibilidades da TRI.


Um dos problemas é o gigantismo da prova. Preparar um exame para 5,4 milhões é um pesadelo logístico. Seria mais razoável organizar várias sessões ao ano, como, aliás, ocorre com o SAT, o Enem dos EUA.


O mesmo vale para a segurança. Como as questões não têm de ser as mesmas para todos, o MEC poderia elaborar dezenas de modelos diferentes de prova. Se só há uma chance em 50 ou 60 de a fraude frutificar, violações deixam de ter valor.


Para implementar essas mudanças sem sustos, teria sido preciso formar um grande banco de questões, idealmente com centenas de milhares de itens. O Inep não teve tempo de acumular tantas perguntas pré-testadas por grupos de controle.


Retrospectivamente, dá para dizer que o erro de Fernando Haddad foi ter sido afobado. No afã de produzir fatos políticos para pendurar no currículo, atropelou a prudência.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Juiz de Fora terá Plano de Saneamento

A falta de conhecimento das redes subterrâneas deve ser um dos problemas debatidos durante a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. "O plano é fundamental para tudo o que vem a ser feito. O objetivo é fazer um levantamento do que já existe e projetar as ações futuras no que diz respeito a quatro áreas: água, drenagem, esgoto e lixo", explica o secretário de Obras, Jefferson Rodrigues Júnior. "Vamos fazer o diagnóstico dessas quatro áreas, identificar os problemas, traçar metas e definir de que forma vamos atingir esses objetivos, sempre seguindo as recomendações do Ministério das Cidades", complementa o chefe do Departamento de Articulação de Políticas Setoriais da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, Heber de Souza Lima.

O estudo deve ser concluído em, no máximo, dois anos, já que o Governo federal estipulou que, a partir de 2014, não vai mais liberar recursos a serem empregados na área para municípios que não estiverem com o plano aprovado. A expectativa é de que o projeto, orçado em R$ 745 mil, seja norteador das ações que visam a tratar até 70% do esgoto da cidade nos próximos anos. Hoje, a cada dez litros de esgoto produzido, pouco mais de um litro recebe tratamento.

O inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) de Juiz de Fora, Silvio Rogério Fernandes, acredita na eficiência do plano como forma de estruturar as políticas públicas no setor. "Os profissionais da Prefeitura conhecem, de forma prática, as redes, mas a cidade não pode ficar a mercê disso, pois essas pessoas vão morrer, e, com eles, morre a história dessas redes. É preciso organizar o cadastro."

A Prefeitura informou que já finalizou o termo de referência para contratação da entidade que vai realizar o estudo. O contrato se dará com uma empresa licitada ou através de uma fundação. O objetivo é que o Plano Municipal de Saneamento Básico seja elaborado após amplo debate com a população, especialistas e entidades.

Fonte: Tribuna de Minas, 28.10.2011

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A população do Brasil chegou a 190,7 milhões de pessoas em 2010

A população do Brasil, que chegou 190,7 milhões de pessoas em 2010, cresce no menor ritmo já registrado (1,12% ao ano) e de maneira desigual pelo território do país, com as maiores taxas concentradas nas regiões Norte e Centro-Oeste.

As informações constam da Sinopse do Censo Demográfico 2010, que contém os primeiros resultados definitivos do último censo e foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, a população brasileira cresceu 12,3% desde 2000, quando havia 169,8 milhões de habitantes no país e chegou a 190.755.799.

Nesse período, seguindo tendência das últimas décadas, a população rural perdeu 2 milhões de pessoas e reduziu sua participação para 15,6% do total. Já a população urbana ganhou 23 milhões membros e hoje representa 84,4% do total dos brasileiros.

Os dez estados onde a população mais cresceu nos últimos dez anos estão nas regiões Norte e Centro-Oeste. À frente deles, Amapá, Roraima e Acre tiveram crescimento demográfico anual de 3,45%, 3,34% e 2,78%, respectivamente.

Pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Gabriel Borges disse que o maior crescimento no Norte e no Centro-Oeste reflete em grande medida a migração interna para novas regiões de agronegócio, as chamadas “novas fronteiras agrícolas”. De acordo com ele, a maioria desses migrantes se integrou à população urbana dessas regiões, e não ao campo.

Já as unidades da Federação com menor crescimento demográfico foram o Rio Grande do Sul, com 0,49%, a Bahia, com 0,7%, e o Paraná, com 0,89%.

O censo revela poucas mudanças no ranking das maiores cidades brasileiras: São Paulo segue à frente, com 11,2 milhões de habitantes, seguida pelo Rio de Janeiro (6,3 milhões), por Salvador (2,6 milhões) e Brasília (2 milhões). Logo abaixo, Fortaleza (2,4 milhões) ultrapassou Belo Horizonte (2,3 milhões), e Manaus (1,9 milhão) deixou para trás Curitiba (1,7 milhão). Recife (1,5 milhão) e Porto Alegre (1,4 milhão) completam a lista das dez maiores.

Embora permaneçam à frente, São Paulo e Rio estão entre as quatro capitais que menos cresceram nos últimos dez anos, com incremento populacional médio de 0,76% ao ano. No outro extremo, Palmas e Boa Vista cresceram, respectivamente, 5,21% e 3,55%.

As capitais do Tocantins e de Roraima se enquadram no conjunto de municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, grupo que apresentou maior crescimento nos últimos dez anos. Já cidades com 5 mil a 10 mil moradores tiveram perda populacional de 0,97% ao ano.

Para a realização do censo, que serve de parâmetro para políticas públicas e ocorre a cada dez anos, foram visitados 67,6 milhões de domicílios. Os recenseadores não conseguiram fazer a entrevista em 901 mil. Nesses casos, usou-se a metodologia para estimar o número de habitantes.

Fonte: BBC Brasil, 25.10.2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Projeto de Lei 549/2009 é rejeitado

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 549/2009, que limita os gastos do Governo Federal com o funcionalismo público, foi rejeitado por unanimidade pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, na manhã do dia 19/10. A reunião foi acompanhada por servidores públicos, que lotaram a sala e comemoram a decisão.

Os parlamentares da comissão votaram favoráveis ao parecer do relator, deputado Pepe Vargas (PT-RS), pela não implicação da matéria com aumento ou diminuição da receita ou da despesa públicas, “não cabendo pronunciamento quanto à adequação financeira e orçamentária”; e, no mérito, pela rejeição da proposição.

O PLP 549/2009 visa limitar o crescimento da folha total de pagamento dos servidores em cada Poder – Executivo, Legislativo e Judiciário – a um índice de inflação (IPCA) mais 2,5% ao ano ou ao crescimento do PIB, qual valor for menor. Isso, na prática, significa o congelamento do salário dos servidores por 10 anos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Senado aprova Pronatec

Os senadores aprovaram na noite desta terça-feira (18) o projeto de lei que cria o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego), que dá aos alunos e trabalhadores bolsas de estudo ou a possibilidade de financiar cursos de qualificação técnica por meio do Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).

Como as emendas ao projeto foram rejeitadas, o texto não sofreu alterações de como chegou da Câmara. Por isso, segue direto para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

A prioridade do programa é atender pessoas de baixa renda e beneficiários de programas de transferência de renda -como o Bolsa-Família. 

Segundo o Ministério da Educação, o volume de investimento federal no Pronatec será de R$ 1 bilhão em 2011, dos quais R$ 700 milhões serão destinados a bolsas de estudos para estudantes e trabalhadores e R$ 300 milhões para financiamento estudantil por parte dos próprios alunos.

A meta governamental é de que, com Pronatec, oito milhões de pessoas possam ter acesso a cursos de capacitação até 2014. Na prática, o Pronatec permite a transferência de dinheiro da União para as instituições de educação profissional e tecnológica das redes públicas estaduais e municipais e também aos cursos oferecidos pelo Sistema S (como Senai e Senac) e as escolas sem fins lucrativos.

Fonte: UOL, 18.10.2011

domingo, 16 de outubro de 2011

ENEM já é adotado pelas 59 Universidades Federais

Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou por diversas transformações até os dias de hoje, que vão desde a organização das questões até a forma de utilização dos resultados.

Entre as principais mudanças, está o uso da prova essencialmente como instrumento de seleção para o ingresso no ensino superior. Atualmente, este recurso já é adotado por todas as 59 universidades federais brasileiras, pelo menos em parte de seus processos seletivos. Outro marco na história da avaliação foi o uso como pré-requisito para o acesso a iniciativas do Governo federal como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), o Programa Universidade Para Todos (ProUni), e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A prova também é empregada como recurso de avaliação da qualidade de escolas e em substituição ao certificado de conclusão do nível médio.

Para os especialistas, toda esta trajetória vem provocando impactos na educação nacional, de maneira nem sempre avaliada como positiva.

Atualmente, o Enem é válido como primeira fase do vestibular da UFJF e, ainda, como forma de ingresso para os bacharelados em ciências humanas, artes e design e ciências exatas, por meio do Sisu.
A formação que o exame vem possibilitando é destacada por especialistas. "O Enem não é e não será solução para os problemas da educação brasileira, mas, a longo prazo, ele pode ser o primeiro passo para que os alunos cheguem às universidades com uma formação intelectual mais humana e menos enciclopédica", pontua o pró-reitor de graduação da UFJF, Eduardo Magrone.

Para o diretor-geral do Cave, Lawrence Gomes, este tipo de formação não é mérito da preparação para o Enem, mas da evolução natural do modelo educativo. "O excesso de academicismo e de questões pouco práticas já vinha sendo combatido pelas escolas e cursinhos há anos."

O Sisu também tem sido criticado e apontado como possível responsável por eventuais quedas de qualidade no perfil dos que chegam à universidade. Para o doutor em educação e chefe do Departamento de Educação da Faculdade de Educação da UFJF, André Silva Martins, ele funciona como uma bolsa de valores. "O aluno confere sua cotação diariamente e pode escolher em que instituição entrar, com a possibilidade de alterar sua opção inúmeras vezes. Isso é perigoso, porque as universidades e carreiras podem acabar sendo escolhidas pela facilidade de ingresso e não por aptidão ou proficiência de ensino", questiona.

Fonte: Tribuna de Minas, 16.10.2011


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sancionada Lei do Aviso Prévio

Brasíília - A presidenta Dilma Rousseff sancionou hoje (11) sem vetos a lei aprovada pela Câmara dos Deputados que concede aviso prévio de até 90 dias, proporcional ao tempo de trabalho.

A informação foi confirmada pela Casa Civil da Presidência da República. A mudança será publicada no Diário Oficial da União da próxima quinta-feira, quando começará a valer.

Atualmente, os trabalhadores têm direito a 30 dias de aviso prévio. A nova lei determina que seja mantido o prazo atual de 30 dias de aviso prévio, com o acréscimo de três dias por ano trabalhado, podendo chegar ao limite de 90 dias (60 dias mais os 30 dias atuais).

Com a mudança, o empregado terá direito aos 90 dias de aviso prévio quando completar 20 anos de trabalho.

Fonte: ABr, 11.10.2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

STF libera transporte de amianto

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 27 de setembro de 2011, permitindo o transporte de amianto do tipo crisotila (amianto branco) no Estado de São Paulo. A associação entrou com ação no STF contra a Lei 12.684, editada em 2007 pelo governo paulista, que proíbe o uso de qualquer variedade de amianto em seu território. O amianto é uma substância nociva à saúde, que pode causar doenças como o câncer, com consequências letais. Seu uso já foi proibido em diversos países.

As transportadoras alegaram que, embora a lei paulista trate apenas do uso do amianto, ela está sendo invocada também para proibir seu transporte nas rodovias de São Paulo, ainda que destinadas a outros estados e ao Porto de Santos, para exportação. Afirmaram que diversas empresas poderiam quebrar com essa proibição. A associação apontou que a norma estadual contraria a legislação federal.

A Lei 9.055, editada em 1995 pela União, autoriza o uso do tipo crisotila de amianto, embora proíba outras variedades. Seis ministros votaram pela concessão da liminar, seguindo o voto do relator, ministro Marco Aurélio.

Segundo a corrente vencedora, o Estado de São Paulo não poderia impedir o trânsito, em seu território, de uma substância cujo uso é autorizado pela lei federal. Ficaram vencidos os ministros Ayres Britto, Celso de Mello e o presidente da Corte, Cezar Peluso, para quem a legislação paulista está de acordo com convenções internacionais assinadas pelo Brasil, que sugerem o fim do uso do amianto, e protege os direitos à saúde e ao meio ambiente, garantidos pela Constituição.

Os ministros apontaram, no entanto, que o STF ainda irá analisar a constitucionalidade da lei federal que admite o uso do tipo crisotila do amianto.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Princípio da anterioridade eleitoral está valendo

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou hoje que toda e qualquer lei sancionada este ano que alterar o processo eleitoral não valerá para as eleições de 2012. O chamado princípio da anterioridade eleitoral está previsto no Artigo 16 da Constituição Federal e entra em vigor na próxima sexta-feira (7).

O objetivo, de acordo com o TSE, é evitar mudanças de última hora motivadas por conveniências políticas (casuísmo eleitoral) e preservar a segurança do processo eleitoral.

O mesmo ocorreu em 2006 com o fim da chamada verticalização, princípio introduzido por meio da Emenda Constitucional 52, no qual as coligações partidárias não eram mais obrigadas a se repetir nos âmbitos nacional, estadual, distrital ou municipal.

Em outubro do mesmo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3685, reconhecendo que, como foi promulgada em março de 2006, a Emenda 52 havia afrontado o princípio da anterioridade eleitoral. Portanto, o teor da emenda não deveria valer para as eleições daquele ano. Com isso, as regras da verticalização só passaram a valer a partir do pleito de 2010.

Com a chamada Lei da Ficha Limpa, não foi diferente. Sancionada em junho do ano passado, a nova lei estabelecia novas hipóteses de inelegibilidades e chegou a ser aplicada pelo TSE nas eleições de 2010. Porém, o STF, em março deste ano, ao julgar o Recurso Extraordinário 633.703, concordou que a norma afrontava o Artigo 16 da Constituição. Por esse motivo, o entendimento foi o de que a Lei da Ficha Limpa não teve validade no pleito de 2010.

Sancionada em setembro de 2009, a Lei 12.034, que alterou diversos dispositivos nas leis eleitorais brasileiras, conhecida como minirreforma eleitoral, teve validade no pleito posterior ao ano da sanção. Isso porque a sanção ocorreu pouco mais de um ano antes das eleições de 2010, o que permitiu que as alterações no processo eleitoral previstas na lei pudessem ser aplicadas integralmente no pleito do ano passado.

Agência Brasil, 5.10.2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Emenda do pré-sal vai à votação no dia 26

Os líderes partidários na Câmara e no Senado decidiram há pouco adiar para o próximo dia 26 a sessão do Congresso que votará o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda que prevê distribuição igualitária dos royalties do petróleo. É a terceira vez que a votação é adiada.

Até lá, segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), os partidos da base aliada e de oposição tentarão chegar a um acordo sobre a redistribuição dos royalties do petróleo. A ideia, acrescentou, é incluir o resultado das discussões no projeto de lei do senador Wellington Dias (PT-PI), que está sendo relatado pelo senador Vital Rêgo (PMDB-PB).

sábado, 1 de outubro de 2011

Lei da Ficha Limpa: 1 ano e indefinições


No dia em que se completa um ano da Lei da Ficha Limpa, parlamentares da Frente Contra a Corrupção e organizações em favor do voto limpo se reuniram na Casa para cobrar do Supremo Tribunal Federal (STF) uma decisão final sobre a constitucionalidade da matéria.

A Lei da Ficha Limpa proíbe a candidatura de políticos com condenações na Justiça. No início do ano, o STF decidiu que a lei não poderia valer para as eleições gerais de 2010, o que permitiu que diversos candidatos que haviam sido eleitos, mas foram barrados pela nova lei, pudessem assumir seus mandatos. Agora, o STF deverá decidir se a lei é constitucional e se valerá para as eleições municipais do ano que vem.

"Temos visto um belo movimento na sociedade, mas a lei ainda corre risco. Nossa reivindicação aqui é para que a constitucionalidade dela seja declarada o mais rápido possível", disse o presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, Francisco Praciano (PT-AM).

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) considerou "um absurdo" pedir ficha limpa para candidatos. "Se ele se dispõe a representar a sociedade, tem de ter alguns requisitos. E os partidos deveriam ter esse zelo e não têm. Os corruptos se sentem à vontade em quase todos os partidos", disse.

O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), disse esperar que o STF decida favoravelmente à questão. "Espero que a Lei da Ficha Limpa possa ser uma baliza para a sociedade civil e objeto de respeito para os partidos."

Enquanto o Supremo não decide a constitucionalidade da matéria, a Frente Parlamentar se movimenta para cobrar dos deputados a aprovação de matérias contra a corrupção. São 160 projetos que tramitam na casa tratando de temas como o combate à lavagem de dinheiro, o fortalecimento da estrutura de órgãos de fiscalização e a criação de varas para investigar crimes de corrupção.

A frente pretende, ainda, propor a criação de uma espécie de Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de Combate à Corrupção. A ideia é unir Executivo, Legislativo e Judiciário no enfrentamento a esse tipo de crime.

Fonte: Agência Estado, 29.9.2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

26o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental - 25 a 29 de setembro

A presidente do 26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Ellen Martha Pritsche, e a presidente da sessão gaúcha da ABES, Nanci Benigni, foram as anfitriãs na noite deste domingo, na abertura oficial do Congresso e da Fitabes 2011, em Porto Alegre. Os eventos, que ocorrem até o dia 29 de setembro, no Centro de Eventos da FIERGS, propõe inúmeros painéis que vão tratar de questões relacionadas ao esgotamento sanitário, abastecimento de água, drenagem e administração dos recursos hídricos, além de apresentar produtos, serviços e tecnologias relacionadas com o setor.
 
A presidente da ABES, Cassilda Teixeira de Carvalho, lembrou que a ideia do congresso é promover o intercâmbio de conhecimento tecnológico, científico e também cultural, contribuindo para a otimização dos recursos investidos no setor. "O Congresso tem um importante papel no setor. Ou seja, e necessário inovarmos tanto na contratação quanto na gestão dos processos da área", afirmou Cassilda.

O secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski representando o Ministério das Cidades do Governo Federal, registrou que o Congresso ajudará a atingir as metas aperfeiçoando o trabalho e profissionais do setor. Também falou sobre investimentos do PAC 2, no qual foi injetado 41,5 bilhões de reias para 2011 até 2014. Para os próximos 20 anos será um total de 425 bilhões de reais investidos.

A falta de saneamento ainda atinge, direta ou indiretamente, 700 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a presidente seção gaúcha da ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, entidade promotora do evento, Nanci Benigni Giugno, é necessário gerar soluções para esta parcela da população e para a preservação do meio ambiente. "Enquanto pessoas sofrem com a falta de água e esgoto em alguns lugares do Brasil, em outros estamos habituados a um desperdício quase criminoso. E isto só se muda se mudarmos o pensamento e a forma de agir, que são questões culturais", defende.

Por isto, o tema central do Congresso foca na "excelência da gestão como caminho para a universalização". Painéis e expositores vão apresentar as últimas tecnologias e soluções nas áreas de abastecimento de água, esgotos sanitários, drenagem urbana e resíduos sólidos, além de evidenciar a necessidade de investimentos em outras áreas como saúde e educação. O evento também deve evidenciar um excelente momento para tomada de decisões de governos municipais, estadual e nacional.

sábado, 24 de setembro de 2011

Aviso prévio aumenta de 30 para até 90 dias

O Plenário aprovou, nesta quarta-feira, o Projeto de Lei 3941/89, do Senado, que aumenta dos atuais 30 dias para até 90 dias o aviso prévio que o empregador deve conceder ao trabalhador no caso de demissão. A matéria será enviada à sanção presidencial.

Apesar de o projeto ter sido analisado pelas comissões permanentes e contar com substitutivos das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), um acordo entre as lideranças permitiu a aprovação do texto original vindo do Senado. O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou, em junho deste ano, a deliberação sobre o tema.

De acordo com o texto, para os trabalhadores que tiverem até um ano de trabalho na mesma empresa, o aviso prévio será de 30 dias, garantido pela Constituição. A esse período, deverão ser acrescentados três dias para cada ano de serviço prestado na mesma empresa, limitados a 60 (equivalente a 20 anos de trabalho).

Assim, a soma desses períodos perfaz um total de 90 dias de aviso prévio.

Fonte: Agência Câmara, 21.9.2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Câmara conclui votação da regulamentação da Emenda 29

Por 355 votos favoráveis, 76 contra e 4 abstenções foi aprovado o destaque do DEM que retira do projeto de lei que regulamenta a Emenda 29 a base de cálculo da Contribuição Social para a Saúde (CSS), criada pelo projeto de regulamentação da matéria.

A proposta segue agora para apreciação do Senado em função de o projeto original ter sido apresentado pelo então senador Tião Viana (PT-AC), atual governador do Acre. Mas os senadores não podem incluir no projeto uma nova base de cálculo ou um novo imposto para a saúde.

Fonte: Agência Câmara, 22.9.2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bolsa Família atenderá até 5 filhos e gestantes

Gestantes e mulheres que estão amamentando vão receber um benefício extra de R$ 32 por mês do Bolsa Família, a partir de novembro. E, desde ontem, o governo começou a pagar R$ 32 por, no máximo, cinco filhos menores de 16 anos – até então, o limite era de três filhos por família. Os novos benefícios custarão anualmente mais R$ 797 milhões ao governo. Este ano, o Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome prevê gastar R$ 16 bilhões com todo o programa.

A ministra Tereza Campello anunciou também o chamado retorno garantido: quem se desligar voluntariamente do Bolsa Família - por conseguir renda acima do permitido - poderá pedir reingresso imediato no prazo de 36 meses, caso volte à condição de pobreza.

Economistas e estudiosos do Bolsa Família dizem não ver risco de o extra para gestantes estimular o aumento da natalidade por causa do baixo valor do benefício. 

Fonte: Globo.com, 20.9.2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PL 1.749/2011 que cria Ebserh vai a plenário na Câmara dos Deputados

Em razão de intensos protestos, o presidente da comissão especial criada para analisar o Projeto de Lei 1.749/2011, do Executivo que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o deputado Rogério Carvalho (PT-SE), encaminhou ao Plenário da Câmara a votação do projeto. Com isso, o projeto não será votado na comissão especial.

O presidente da Câmara, Marco Maia, anunciou em Plenário que o projeto deve ser votado na próxima terça-feira, após a comissão geral sobre a Emenda 29.

“Quando o governo toma a iniciativa de melhorar as relações de trabalho, a gente conta com o atraso atravancando e impedindo que o ensino da área da saúde possa avançar, com hospitais geridos de forma profissional e acenando para o futuro. Portanto, o debate ocorrerá no Plenário da Casa”, disse o presidente da comissão.

Carvalho ressaltou que alguns sindicalistas se posicionaram contra a proposta, impedindo que os parlamentares da comissão aprofundassem o debate sobre o assunto. Segundo ele, o tumulto foi provocado por pessoas que têm interesse em manter o atraso e a privatização nas universidades. O deputado observou que muitos hospitais universitários são geridos por fundações de apoio privadas que contratam sem concurso público e compram sem licitação.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), principal interlocutora do grupo, explicou que, como a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares poderá ter subsidiárias privadas, poderá haver uma priorização inclusive no atendimento de usuários de convênios médicos.

Fonte: Agência Câmara, 13.9.2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Brasileiro tem maior bonus salarial com conclusão do Ensino Superior

SÃO PAULO - No Brasil, estudar compensa, e muito. Em média, o trabalhador que terminou o ensino superior ganha salário duas vezes e meia maior do que aquele que parou no ensino médio. Esse "bônus" de 156% pelo diploma supera os índices de 31 países desenvolvidos que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Nesse grupo, a universidade gera um retorno salarial médio de 50%.
A evasão escolar também custa caro. Aqueles que não conseguem terminar o ensino médio no Brasil recebem, em média, metade do salário de quem consegue o certificado. Nos países desenvolvidos, esse retorno é um pouco mais alto, 77%. Esses números integram as análises comparativas do relatório anual de educação da OCDE, o "Education at a Glance", que será divulgado nesta terça-feira. É a primeira vez que o Brasil participa do levantamento.

A variação no retorno financeiro associado ao tempo de ensino analisada nos 32 países foi grande. Nos Estados Unidos, a faculdade rende um salário 79% maior. Na Hungria, a renda duplica. Mas, na Nova Zelândia, a diferença é de apenas 18%. Para a OCDE, os baixos valores de retorno financeiro em alguns países ameaçam colocar a educação superior no patamar de "investimento de risco".

O estudo também considerou a situação de vulnerabilidade dos que não estudam. No Brasil, cerca de 10% dos jovens de 15 a 19 anos dependem de assistência: não estudam nem trabalham. Um em cada quatro jovens da população de 15 a 29 anos que não estuda também não está na força de trabalho. "A falta de qualificação no nível médio é um impedimento sério para encontrar emprego. Os jovens brasileiros que não ingressaram no ensino médio nem estão estudando têm 21% a menos de chance de conseguir um emprego", diz o boletim.

A OCDE deu destaque ao aumento de 121% nos investimentos públicos no setor, entre 2000 e 2008. O valor foi o maior entre os 30 países que disponibilizaram dados. Porém, faz uma análise crítica da situação no ensino superior. O aumento de investimentos nesse nível, de 48% no período, não acompanhou a expansão nas matrículas, de 57%. Para Maria Helena Guimarães, ex-secretária-executiva do Ministério da Educação, os ganhos do diploma no Brasil são reflexo da alta demanda pela mão de obra qualificada.

- Há um retorno excepcional em termos salariais. A diferença é que, nos países muito desenvolvidos, a crise econômica é maior, a qualificação é melhor, a demanda por pessoas qualificadas é menor. Já no Brasil, com a economia aquecida e em expansão, e com o baixo nível de qualificação, a demanda é maior.

Fonte: Globo.com, 13.9.2011