terça-feira, 30 de outubro de 2012

TCU recomenda novamente bloqueio dos recursos para BR440

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta terça-feira (30) relatório que recomenda o bloqueio de recursos para as obras da BR-440, na Cidade Alta, que pretende ligar as rodovias BR-040 à BR-267. O motivo da paralisação, e de outras 21 obras federais, é o indício de irregularidades que podem gerar um prejuízo total de R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos. As constatações são resultado de fiscalizações realizadas de novembro de 2011 a outubro de 2012. O relatório será enviado ao Congresso Nacional, e as informações subsidiarão a Comissão Mista de Orçamento (CMO) na distribuição de recursos orçamentários para o próximo ano, conforme informou a assessoria do TCU em nota.

Ainda conforme o órgão federal, 45% das irregularidades encontradas nos empreendimentos se referem a superfaturamento e sobrepreço. A segunda maior causa de sanção por parte do tribunal (41%) diz respeito a projetos deficientes ou desatualizados.

A BR-440 é reincidente nessa lista, ou seja, já esteve presente no relatório de 2011. No ano passado, o TCU indicou a paralisação de 27 empreendimentos.

Preço elevado
A construção da rodovia já custou R$ 54.057.862,69, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O montante, que corresponde a 44% do total previsto no projeto, foi empregado em 4,24 quilômetros de malha rodoviária. Ou seja, cada quilômetro da BR-440 custou, até o momento, R$ 12,74 milhões. Levantamento junto ao Dnit apontou que esse valor está acima do custo médio, que é de R$ 5 milhões, tendo como referência a implantação de pistas duplicadas, com novas faixas de rolamento, restauração de pavimento (caso exista), construção de canteiros centrais, retornos e outros acessórios.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

OMS alerta que inundações e secas no Brasil, geradas por mudanças climáticas, causam uma série de doenças

Brasília – O Atlas da Saúde e do Clima, divulgado hoje (29) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que no Brasil as temporadas de inundações e de seca geram a curto, médio e longo prazos uma série de doenças. Em 68 páginas, o estudo mostra que as preocupações se concentram no Sul em decorrência das inundações e dos deslizamentos de terras, considerados constantes, e no Norte devido à seca.

Uma série de problemas de saúde, segundo o estudo, são gerados pelas mudanças no clima atingem milhões de brasileiros e provocam surtos epidêmicos de doenças, como diarreia, malária, dengue e meningite. Nas páginas de 27 a 30, o relatório informa que de 2000 a 2010 foram registrados 1.320 casos de inundações. O período apontado como a “pior seca dos últimos 60 anos” foi de 2004 a 2010, na Amazônia.

O estudo revela que as doenças mais comuns causadas pelas alterações climáticas têm relação direta com uma série de fatores, como poluição e infraestrutura local. A maior parte das mortes, segundo o relatório, é entre bebês recém-nascidos. Há registros também de levados número de casos, nem sempre fatais, de pneumonia, diarreia e malária.

Os especialistas advertem ainda para que as pessoas redobrem os cuidados com a exposição ao sol, pois há estudos que demonstram que as elevadas temperaturas e os raios de sol podem causar problemas à saúde. O alerta é para limitar a exposição ao sol, procurar lugares à sombra, usar roupas que protejam, chapéus e óculos. Também é recomendado o uso de protetor solar.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Audiência publica na Camara discutira Plano de Carreira

O conteúdo do Projeto de Lei 4368/12, que contem elementos do simulacro de acordo para alteração das carreiras dos professores federais, será tema de audiência pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), no dia 13 de novembro. 

O compromisso foi firmado na manhã desta terça-feira (16) pelo presidente da CTASP, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), em reunião com a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, e diretores do Sindicato dos Docentes da Universidade do Amapá (Sindufap – Seção Sindical).  O encontro foi solicitado por Marinalva e também pela seção sindical do ANDES-SN da Unifap.

Na semana passada, docentes integrantes da Comissão Nacional de Mobilização também participaram de um encontro com o presidente da CTASP, durante visita ao Congresso Nacional, para solicitar a interveniência do deputado na tramitação do PL, através da apresentação de emendas com o objetivo de reverter os elementos constantes no projeto que desestruturam a carreira docente, retiram direitos e agridem a Constituição Federal.

O Sinasefe, a Fasubra e a Condsef deverão participar junto com o ANDES-SN da composição da mesa da audiência pública. Serão convidados também representantes do Ministério da Educação e do Planejamento.
 
“Com a audiência teremos a oportunidade de fazer o debate público, com a participação dos parlamentares, sobre os prejuízos que esse projeto, fruto de um simulacro de acordo entre o governo e uma entidade que não representa a categoria, traz para a carreira do professor federal”, avaliou Marinalva Oliveira.

Após tramitação na CTASP, o PL 4368/2012 passará pelas Comissões de Educação e Cultura (CEC), Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Além de trazer alterações referentes às carreiras do Magistério Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, o projeto de lei trata também da carreira dos docentes dos ex-territórios e colégios militares e traz elementos do acordo dos técnicos administrativos, assinado pelo governo com Fasubra e Sinasefe.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Aqui, no Brasil, cumprimos 85% da meta estipulada para o descarte de pneus para o ano passado. No total, foram mais de 462 mil toneladas de pneus velhos que foram para o lugar correto

Repórter Patricia Scarpin (Brasília-DF): Só depois de percorrer milhares de quilômetros por ruas e estradas que o pneu desgastado, enfim, é descartado. Mas, se for jogado em qualquer lugar, pode levar até 600 anos para se decompor. E foi por isso que, em 2009, o Conselho Nacional de Meio Ambiente decidiu que os fabricantes e importadores recolhessem e dessem o destino adequado aos milhares de pneus que não servem mais para o uso. Dados do Ibama mostram que o Brasil está no caminho certo. A meta era que, pelo menos, 545 mil toneladas de pneus tivessem destinação correta no país, no ano passado. O número chegou a 462 mil toneladas, o que significa que 85% dos pneus não viraram lixo, como conta o analista ambiental do Ibama, Gilberto Werneck.

Analista Ambiental do Ibama – Gilberto Werneck: Como nós somos um país tropical, o principal, assim, risco que o pneu traz ao meio ambiente é a dengue, nas épocas de chuva. Também o pneu, ele pode provocar incêndios e assoreamento de rios.

Repórter Patricia Scarpin (Brasília-DF): O relatório do Ibama aponta também que o principal destino do pneu, depois que ele sai de circulação, é a indústria de cimento. Numa empresa em Sobradinho, no Distrito Federal, por exemplo, ele serve de matéria prima e de combustível para os fornos. No local, cada pneu produz 85% de energia para manter o fogo aceso e ainda gera 15% de ferro, uma das bases para a produção de cimento. De acordo com a gerente de Meio Ambiente da empresa, Patrícia Montenegro, o monitoramento da produção é necessário para o controle da emissão de poluentes.

Gerente de Meio Ambiente – Patrícia Montenegro: Todas essas emissões, elas são controladas através de um painel central e, também, os limites de emissões, eles são estabelecidos pelos órgãos estaduais, pelos órgãos federais, e o Brasil tem uma das legislações mais restritivas em termos de qualidade do ar. E esta fábrica cumpre todos esses limites para o processamento de pneus nos fornos dela.

Repórter Patricia Scarpin (Brasília-DF): Nessa indústria de cimento, o processo de reutilização de pneus foi implantado pela primeira vez em 1990. Hoje, 80% das fábricas do grupo utilizam essa forma de produção. Com isso, a instituição conseguiu reduzir em 16% o uso de combustíveis fósseis.

Fonte: Voz doi Brasil, Brasília, Patricia Scarpin, 8.10.2012.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país ganha impulso em 2013

As contribuições de representantes da sociedade civil, de governos e do setor privado para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país serão concluídas no fim do ano que vem. Enquanto isso, os debates municipais e regionais que precedem o encontro, marcado para outubro de 2013, começam em três meses. Mas será apenas durante a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), que esses setores vão apresentar, em tom mais conclusivo, as estratégias que já foram incorporadas em suas atividades e as novas medidas que ainda poderão ser adotadas.

Silvano Silvério da Costa, diretor do Departamento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), explicou que a conferência é um processo. “Haverá mobilização local para depois chegar à conferência. Temos as etapas regional e municipal que começam em janeiro”, acrescentou. Ao lembrar que os debates municipais e regionais terão início poucos dias depois da posse dos novos prefeitos, que serão eleitos este mês, o diretor do MMA acrescentou que eles começarão os mandatos dando prioridade à área em que há maior necessidade de medidas urgentes.

Silvério destacou que a conferência não é o local das “resoluções”, mas tem papel fundamental para esclarecer metas e driblar dificuldades na adoção das exigências previstas pela PNRS. Alguns especialistas endossam a aposta e acreditam que tanto a conferência quanto os eventos preparatórios podem minimizar, ao longo desses meses, alguns dos temores em relação às determinações da política.

“A estratégia do governo é priorizar a implementação da politica”, disse Silvério. Mas, as regras, criadas em 2010, com responsabilidades previstas para todos os setores e esferas de governo no tratamento e destinação de resíduos, ainda estão longe dos resultados esperados.

Este ano, por exemplo, alguns prazos importantes, previstos pela PNRS, chegaram ao fim. Desde o último dia 2 de agosto, as prefeituras e governos estaduais que quiserem recursos federais para o manejo de resíduos têm que apresentar um plano local com estratégias para o setor. A norma e o prazo foram publicados há dois anos, mas a maioria das administrações locais não cumpriu a determinação. Mais de 90% das prefeituras não apresentaram os planos municipais.

As autoridades estaduais e municipais alertam, agora, para as dificuldades em desativar lixões. A política nacional prevê que todos os lixões do país sejam extintos até 2014. Muitos administradores públicos, no entanto, alegam não ter recursos suficientes para atender à exigência e apontam o excesso de burocracia, principalmente em relação aos contratos licitados com empresas de transporte e administradoras de depósitos que ainda estarão em vigor em 2014.

“Costumo dizer que o prazo dos lixões é muito ousado, mas tivemos uma avaliação histórica que mostrou que em 1998, 35% dos resíduos eram despejados em aterros. Esse volume aumentou para 58% em 2008, período em que ainda não tínhamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, disse Silvério, acrescentando que o fim dos lixões já é uma “tendência dos últimos dez anos e por isso não é impossível”. Dados do Ministério das Cidades mostram que mais da metade dos 5.564 municípios brasileiros ainda não dão a destinação correta para o lixo.

Pelo lado dos empresários, a discussão gira em torno da logística reversa, que prevê o retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente aproveitados pelo fabricante. O mecanismo exige o envolvimento de todos na linha de produção e distribuição, desde fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio consumidor.

O governo pretende, com a conferência, aumentar o conhecimento técnico, científico e político sobre o tema. “O que vai acontecer é um processo de cada um internalizar as responsabilidades e implementar. A conferência vai dar luz e capilaridade ao debate. A intenção não é levantar demandas, mas mostrar que cada um pode absorver sua responsabilidade”, explicou Silvério.

A aposta é que com esse tipo de debate, empresas, governos e organizações sociais busquem alternativas que integrem produção e consumo sustentáveis, a redução de impactos ambientais nas cidades brasileiras e que estimulem a geração de emprego e renda a partir das medidas adotadas em todo o país em relação ao tratamento e destino de resíduos sólidos.

Técnicos do MMA ainda estão elaborando o texto-base que servirá de ponto de partida para as discussões entre representantes de universidades, povos indígenas, comunidades tradicionais, trabalhadores, organizações não governamentais, movimentos sociais e empresários.

Edição: Agência Brasil, Graça Adjuto, 3.10.2012