terça-feira, 30 de julho de 2013

Mesa redonda debate o projeto do Código Nacional de Ciência e Tecnologia

Mesa redonda debate o projeto do Código Nacional de Ciência e Tecnologia Os órgãos de controle não têm o real entendimento do que é Ciência & Tecnologia, e por isso, não conseguem julgar como deveriam o setor. Um das soluções é realizar workshops para mostrarem aos órgãos reguladores o que realmente é C&I. A afirmação é da procuradora assessora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Maria Cristina Ribeiro da Silva Leftel, durante mesa-redonda cujo tema foi "Debate-Inovação e Marcos Regulatórios: Código de C&T e transferência de tecnologia", durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A deputada federal Luciana Santos (PCdoB/PE) e a presidente da SBPC, Helena Nader, também participaram da mesa.

Na opinião de Maria Cristina, é preciso criar soluções para melhorar e facilitar a vida do pesquisador. Um dos problemas enfrentados pelo pesquisador é o trabalho de prestação de contas, com licitação e a fiscalização. "Quanto à relação de prestação de contas, uma das soluções seria a organização de escritórios de apoio nas universidades", disse. "Esse pessoal seria treinado e passaria a gerir essas contas/projetos de pesquisa, substituindo esse papel que hoje é feito pelo pesquisador", disse.

A deputada Luciana apresentou a proposta de desmembramento do Projeto de Lei 2.177/11, que institui o Código Nacional de Ciência e Tecnologia. Ela disse que a Relatoria da Comissão Especial propôs desmembrar o texto em cerca de cinco subtemas tratados na proposta, para que sejam trabalhados adequadamente.

Com o desmembramento do texto deverá ser elaborada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC); um Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC); uma legislação específica de Acesso à Biodiversidade; e um projeto de lei que incorpore itens do PL 2.177/11, Lei de Inovações e outras similares. "Estamos lutando para não deixarmos margem à interpretação", disse.

Helena Nader ressaltou que é preciso que haja uma legislação clara. Ela disse que a Lei de Licitações (8.666/93) causa problemas para o desenvolvimento da pesquisa. Segundo ela, a ocorrência frequente de judicializações das licitações tem resultado, muitas vezes, na devolução dos recursos por parte das instituições de pesquisa. "Dessa forma, fica difícil fazer ciência no Brasil", queixou-se. "É necessária a revisão da legislação para garantir segurança jurídica, propôs.

Para a presidente da SBPC, o RDC vai resolver parte do problema. "A RDC tem sido uma bandeira da SBPC. Sei que só ela não vai ser suficiente porque existem particularidades que não vão ser cobertas", ressaltou. Outro problema citado pela pesquisadora é a necessidade de realizar no mínimo três orçamentos, de fornecedores diferentes, para compras com recursos públicos. Segundo a presidente da SBPC, esse modelo atrapalha a vida dos pesquisadores. "Nós queremos ser fiscalizados, mas tem que ter mudanças", disse. Para ela, a lei diz que tudo é pregão. "Não vou julgar, mas posso garantir que na ciência não existe pregão porque cada área tem suas particularidades", disse.

Helena lembrou ainda da última audiência pública. Ela revelou que, na ocasião, ficou muito preocupada com a declaração da professora associada da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e assessora jurídica da Agência USP de Inovação, Maria Paula Dallari, de que o pregão, "gostem ou não", veio para ficar.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

PEC da Ciência, Tecnologia e Inovação

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) apresentou, nesta terça-feira, sua primeira proposição no Congresso. Em proposta de emenda constitucional (PEC), a parlamentar juiz-forana sugere alterações no texto da Constituição que garantam melhor suporte à ciência, tecnologia e inovação. Se a PEC for aprovada, fica formalizado o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que vai coordenar as ações de entidades públicas e privadas e fomentar sua colaboração às atividades da área. As normas gerais dessa organização serão dadas por meio de lei federal. Segundo a deputada, a tramitação da proposta consolida um trabalho que começou na sociedade civil, com a luta de profissionais, instituições de fomento à pesquisa e universidades pela valorização da pesquisa tecnológica. "Há uma série de dificuldades no trabalho com ciência, tecnologia e inovação que decorrem da falta de suporte constitucional para a área. O texto da nossa Constituição é de 1988, quando nem se falava em inovação. Portanto, a PEC propõe aparar algumas arestas que permitam um ambiente mais propício à inovação no Brasil."

Fonte: Tribuna de Minas, 18.7.2013

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Senado aprova Lei dos Domesticos

O plenário do Senado aprovou hoje (11) o projeto de lei complementar que regulamenta o trabalho doméstico. Os principais pontos do projeto, que foi formulado por uma comissão mista de deputados e senadores e relatado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), tratam das regras para cumprimento da jornada de trabalho semanal de 44 horas e do pagamento dos encargos trabalhistas pelo empregador.
Uma das soluções construídas por Jucá, após negociação com as centrais sindicais e o governo, é o estabelecimento de um banco de horas para que patrões e trabalhadores domésticos possam fazer a compensação de horas trabalhadas a mais ou a menos. Pela proposta aprovada, as primeiras 40 horas extras mensais devem ser pagas em dinheiro até o sétimo dia do mês seguinte e as demais poderão formar um banco de horas que será usufruído pelas trabalhadoras em, no máximo, um ano.
Quanto aos encargos a serem pagos pelos patrões, o projeto aprovado diz que eles terão de pagar 8% de contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mais 8% referentes ao recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 3,2% relativos ao recolhimento antecipado da indenização que os trabalhadores receberão se forem demitidos sem justa causa. Com isso, Jucá eliminou a multa de 40% sobre o saldo do FGTS, a ser paga pelo empregador em caso de demissão injustificada. Com o recolhimento de alíquota extra, a indenização dos trabalhadores será garantida e eles receberão diretamente da Caixa Econômica Federal quando forem demitidos.
Para evitar sobrecarregar o orçamento das famílias, Jucá fez a redução na alíquota do INSS, de 12% no caso dos empregadores não domésticos e também dos empregadores domésticos atualmente. Entretanto, o senador não conseguiu acordo com o governo sobre este ponto e o trecho pode ser vetado pela presidenta Dilma Rousseff quando o projeto seguir para sanção presidencial. Além disso, os patrões terão de pagar 0,8% de seguro acidente de trabalho para os empregados.
No relatório, Jucá acrescentou mais de dez emendas, como a que define a obrigatoriedade do aviso prévio de 30 dias pelo empregado. O relator ainda acolheu, quando o texto estava na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), propostas como a que cria mais uma possibilidade de rescisão do contrato de trabalho por justa causa.
Em plenário, foram apresentadas mais emendas, das quais três foram aprovadas. Um delas estabelece que o empregado não será responsável por despesas de alimentação quando estiver acompanhando os patrões em viagens. Outra emenda aprovada estabelece que, nessas viagens, a hora de trabalho será 25% maior, podendo ser convertida em banco de horas a critério do empregado.
Por fim, a última emenda aprovada em plenário estabelece que as novas alíquotas que os empregadores deverão pagar só entrarão em vigor 120 dias após a publicação da nova lei. Com a aprovação do projeto no Senado, o texto segue agora para a Câmara dos Deputados. Se receber novas alterações, a matéria retornará ao Senado para a última votação antes de seguir para sanção presidencial.
Fonte: Agencia Brasil, 11.7.2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Copom eleva Selic para 8,5%

Pela terceira vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 8,5% ao ano. "O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", justificou o Copom em comunicado.
Em abril, o Copom iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos, depois de quase dois anos sem aumento, e elevou a Selic para 7,5% ao ano. Desde agosto de 2011, a taxa vinha sendo reduzida sucessivamente até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor nível da história. A Selic foi mantida nesse nível até março deste ano.
A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de tolerância de dois pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde julho do ano passado, o IPCA acumulado em 12 meses vem subindo. Em junho, o índice acumulado chegou a 6,7% e ultrapassou o teto da meta de inflação do governo. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2013 em 5,81%.
Fonte: ABr, 10.7.2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

Governo envia sugestões de temas para Plebiscito

O governo apresentou há pouco ao Congresso as sugestões de temas para a formulação do plebiscito sobre a reforma política. São elas: a forma de financiamento das campanhas, do sistema eleitoral, a possibilidade do fim da suplência de senador, a manutenção das coligações partidárias e o fim do voto secreto nas votações do Congresso.

O documento foi entregue ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Temer ressaltou que a competência para elaboração do plebiscito é do Congresso Nacional. “O que o Executivo está fazendo é uma mera sugestão. Quem vai conduzir [o processo] do início até o fim é o Congresso”, frisou Temer.

O ministro da Justiça defendeu o plebiscito como forma de o povo participar mais ativamente da elaboração das diretrizes de uma reforma política, o que não ocorreria com um referendo, como sugere os partidos de oposição.

“Acho que o plebiscito dá as diretrizes e os alicerces [da reforma]. O detalhamento quem dá é o Congresso. Acredito que o povo, ao ser consultado, tem total condições de dizer que sistema eleitoral ele quer para eleger as pessoas. Isto é de fundamental importância: que o povo participe”, disse Cardozo.
A possibilidade da consulta popular para pontos da reforma política foi uma das sugestões dadas pela presidenta Dilma Rousseff em respostas às manifestações populares das últimas semanas.

Fonte: Agência Brasil, 3.7.2013