quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Brasil subiu uma posição no ranking que mede a qualidade de vida de um país

Em dez anos, a cabeleireira Silvana Araújo saiu de um salão, em Planaltina, a 50 quilômetros de Brasília, para a Asa Norte, no centro da capital. Quanta coisa mudou.
“- Pegava ônibus lotado, com a sacola na mão, a sacola pesada do material pessoal. Hoje, eu tenho o meu carro automático, tenho a minha moto” diz.

O aumento da renda do brasileiro é uma das causas que levaram o país a melhorar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Cada brasileiro deve ganhar, em média, US$ 10,162 mil, este ano, o equivalente a R$ 17,580 mil – US$ 350 a mais que no ano passado.

A Noruega, que ocupa o primeiro lugar do ranking de 187 países, tem renda quatro vezes maior do que a nossa.

Os programas de transferência de renda, o aumento real do salário mínimo e o fortalecimento do mercado interno explicam o lado bom dessa história. O problema é que para a Onu, só aumento do poder aquisitivo não resolve. Educação e saúde também são fundamentais para melhorar a vida das pessoas.

É o caso de Ernestina de Souza que estudou pouco. Doméstica, marido desempregado, dois filhos pequenos, mora num barraco de chão de terra e em uma rua sem asfalto. “Meu sonho é ter minha casa, meu lugar”.
"O que a Onu poderia nos ajudar é fazer uma pressão enorme para que houvesse uma mudança nesse sistema. Principalmente focando nos sistemas de educação para que formássemos pessoas empreendedoras e não meros analfabetos funcionais”, fala o sociólogo Antonio Flávio Testa.

Esse desequilíbrio entre renda, saúde e educação - o tripé que compõe o IDH - explica o posicionamento do Brasil. Na comparação com nossos vizinhos sul-americanos, perdemos para Argentina (45º), Chile (44º) e Uruguai (48º).

Mas a Onu projeta um Brasil melhor na educação. A criançada que está começando a estudar deve ficar na escola por quase 14 anos. Quase o dobro da média atual.

Mas a maternidade precoce tem atrapalhado os planos de muitas meninas. Temos mais adolescentes grávidas do que em países como a África do Sul. Um problema que, segundo a Onu, também tem tudo a ver com educação. “Acredito que os maiores motivos são a não utilização de métodos contraceptivos e também a falta de conhecimento também dessa questão ligada à gravidez nessa fase”, afirma o economista das Nações Unidas, Rogério Borges de Oliveira.

Fonte: G1, 3.11.2011 

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