quarta-feira, 20 de abril de 2011

Estrutura etária e sua influência nas políticas públicas

Os adultos e os idosos tendem a ter uma relevância maior nas políticas públicas do que a infância e a adolescência. As crianças e os adolescentes não têm peso como ator político, dependendo de seus pais ou outros atores mais organizados para lutar por eles. Pode-se citar como exemplo os Estados Unidos, onde atualmente há uma crise na educação básica, mas os atores políticos mais idosos lutam por medicamentos gratuitos para a população, cuja parcela mais velha tem chance maior de necessitar do uso de medicamentos para tratamento de doenças crônicas.

Se existem problemas nas políticas públicas para infância em países desenvolvidos, cuja população envelheceu nas últimas décadas, ele é ainda mais grave nos países onde as crianças são maioria. “No caso dos países muito jovens, são normalmente muito pobres, e não há uma organização política que priorize os mais jovens. Esses países tendem a ser muito dependentes das intervenções dos países mais ricos em suas políticas”, conclui.

Em artigo sobre a estrutura demográfica no Brasil, o diretor do Cedeplar/UFMG, José Alberto Magno de Carvalho, explica que o principal indicador que define a estrutura etária de um país é sua taxa de fecundidade (número médio de filhos por mãe). Segundo ele, a tendência de envelhecimento da população brasileira começou nas décadas posteriores a 1970, quando o censo registrou uma fertilidade média de 5,8 (na Amazônia, essa taxa chegou a 8,1). A taxa de fecundidade no Brasil caiu para 2,27 filhos por mãe em 2000, abaixo da média mundial, de 2,82. De acordo com a Divisão de População da ONU, esse índice em Gana e no Quênia, ambos na África, é de 4,6, e chega a 4,9 no Sudão. Na Ásia, as maiores taxas de fecundidade estão no Timor Leste (4,35), na Jordânia (4,69) e no Nepal (4,83).

Já entre os países desenvolvidos, uma das maiores taxas de fecundidade, a dos Estados Unidos (2,1), está abaixo da brasileira. Além do envelhecimento, a baixa taxa de fecundidade também pode levar à diminuição da população, como ocorre no Japão e se espera que aconteça na Itália, que tem o índice mais baixo entre os países da Europa Ocidental (1,2 filhos por mãe).



Nenhum comentário:

Postar um comentário