domingo, 16 de outubro de 2011

ENEM já é adotado pelas 59 Universidades Federais

Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou por diversas transformações até os dias de hoje, que vão desde a organização das questões até a forma de utilização dos resultados.

Entre as principais mudanças, está o uso da prova essencialmente como instrumento de seleção para o ingresso no ensino superior. Atualmente, este recurso já é adotado por todas as 59 universidades federais brasileiras, pelo menos em parte de seus processos seletivos. Outro marco na história da avaliação foi o uso como pré-requisito para o acesso a iniciativas do Governo federal como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), o Programa Universidade Para Todos (ProUni), e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A prova também é empregada como recurso de avaliação da qualidade de escolas e em substituição ao certificado de conclusão do nível médio.

Para os especialistas, toda esta trajetória vem provocando impactos na educação nacional, de maneira nem sempre avaliada como positiva.

Atualmente, o Enem é válido como primeira fase do vestibular da UFJF e, ainda, como forma de ingresso para os bacharelados em ciências humanas, artes e design e ciências exatas, por meio do Sisu.
A formação que o exame vem possibilitando é destacada por especialistas. "O Enem não é e não será solução para os problemas da educação brasileira, mas, a longo prazo, ele pode ser o primeiro passo para que os alunos cheguem às universidades com uma formação intelectual mais humana e menos enciclopédica", pontua o pró-reitor de graduação da UFJF, Eduardo Magrone.

Para o diretor-geral do Cave, Lawrence Gomes, este tipo de formação não é mérito da preparação para o Enem, mas da evolução natural do modelo educativo. "O excesso de academicismo e de questões pouco práticas já vinha sendo combatido pelas escolas e cursinhos há anos."

O Sisu também tem sido criticado e apontado como possível responsável por eventuais quedas de qualidade no perfil dos que chegam à universidade. Para o doutor em educação e chefe do Departamento de Educação da Faculdade de Educação da UFJF, André Silva Martins, ele funciona como uma bolsa de valores. "O aluno confere sua cotação diariamente e pode escolher em que instituição entrar, com a possibilidade de alterar sua opção inúmeras vezes. Isso é perigoso, porque as universidades e carreiras podem acabar sendo escolhidas pela facilidade de ingresso e não por aptidão ou proficiência de ensino", questiona.

Fonte: Tribuna de Minas, 16.10.2011


Nenhum comentário:

Postar um comentário