domingo, 13 de setembro de 2015

Greves paralisam serviço público federal

Em negociação por reajustes salariais e contra cortes do ajuste fiscal, movimentos grevistas do serviço público federal já impactam os setores educacional, trabalhista e previdenciário, fiscal, judiciário e de saúde em Juiz de Fora. Com a possibilidade de paralisação dos Correios nesta terça-feira, o setor de comunicações também será comprometido. Em alguns casos, como o dos técnicos-administrativos e professores universitários – no plano nacional -, o número de dias parados já supera cem dias. Próximo disso estão os servidores do Judiciário Federal, que completam 95 dias de braços cruzados neste domingo. Impacto de grandes proporções também é causado pela paralisação dos servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que contabilizam 68 dias sem oferecer atendimento administrativo e nove sem a perícia médica.
A situação se complica pela forma como se arrastam as negociações com o Executivo, que se mantém irredutível às propostas apresentadas. Nesta semana, o relator da proposta de Orçamento de 2016, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), cogitou a possibilidade de estudar o congelamento dos salários dos servidores da União, como forma de reduzir as despesas e solucionar o déficit de 30,5 bilhões apresentado pelo Governo.
Em junho, o Governo chegou a apresentar uma proposta com índice de recomposição salarial (que recupera perdas inflacionárias de anos anteriores) de 21,3% em quatro parcelas entre 2016 a 2019. A oferta, bem abaixo dos 27,3% pedidos pelos trabalhadores, foi rejeitada em massa. No início deste mês, o governo propôs 10,8% em dois anos, sendo 5,5% em 2016 e 5% em 2017, reajustando benefícios. O índice enfrenta novas resistências, sendo rejeitado nas assembleias setoriais.
Dentre as dificuldade para negociar, algumas categorias, como a do Judiciário e dos auditores fiscais, chegaram a afirmar que não houve sequer a intenção do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) em se reunir. A pasta nega. Segundo balanço da Secretaria de Relações de Trabalho do Mpog, foram realizadas 131 reuniões com entidades sindicais entre 20 de março e 18 de agosto e que, a partir desta data, as reuniões “foram realizadas praticamente todos os dias”. Caso particular é do servidores do Judiciário Federal. Segundo a pasta, não é competência legal do Planejamento apresentar proposta aos servidores do Judiciário, pois os poderes são independentes, restando apenas a apresentação de alternativas à proposta de reajuste encaminhada pelo ministro Ricardo Lewandowski ao Congresso.
Fonte: Jornal Tribuna de Minas, 13.9.2015

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