quarta-feira, 9 de abril de 2014

Indicação do senador Gim Argello ao TCU enfrenta resistências


A base do governo federal no Senado sofreu uma derrota nesta terça-feira (08/04) com a rejeição do pedido de urgência à análise da indicação do senador Gim Argello (PTB-DF) para o Tribunal de Contas da União (TCU). Com um placar apertado (25 a 24, com duas abstenções), o plenário do Senado resistiu ao rolo compressor imposto pelo Presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tentava eliminar do processo de indicação a sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Com a derrota do pedido de urgência, Gim será sabatinado na CAE, onde deverá ser instado a falar sobre os seis processos aos quais responde no Supremo Tribunal Federal(STF), por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, e desvio de dinheiro público.

Caso aprovado pela CAE, o nome de Argello passará ainda por votações secretas nos plenários do Senado e da Câmara. A vaga que o senador tenta ocupar é a deixada pelo ex-ministro Valmir Campelo, que deixou o posto para assumir a vice-presidência de governo do Banco do Brasil. O posto de ministro no TCU seria parte de uma articulação para que a vaga ao Senado na chapa do ex-governador José Roberto Arruda (PR-DF) fique disponível para negociações com outros partidos.

A derrota do governo foi comemorada por servidores do TCU, que entoaram durante toda a tarde o coro de “Gim não” pelos corredores do Senado. “Causa muita preocupação que alguém que tenha seis inquéritos no Supremo, que tem uma condenação em ação popular, em segunda instância, possa ser indicado para o cargo de ministro do TCU. Falta a ele, objetivamente, o requisito de reputação ilibada, sem o que não se pode ingressar na magistratura”, defende Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCU.

Fonte: Correio Braziliense, 9.4.2014

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