sábado, 7 de dezembro de 2013

Enade 2012 mostra resultado preocupante

Apenas 13 cursos de graduação do país que receberam nota máxima na avaliação do Ministério da Educação em 2009 conseguiram repetir o desempenho no ano passado e se mantiveram na elite do país.

São os cursos de economia da UnB (Universidade de Brasília), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo e Rio, além das graduações em jornalismo da UFMG e em publicidade e propaganda da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Em administração, são os cursos das federais de Juiz de Fora (MG), do RS, Lavras (MG) e Itajubá (MG), além da estadual de Santa Catarina, Unesp e Fucape (ES).

O levantamento, feito pela Folha a partir de dados divulgados pelo MEC, mostra que esses cursos foram os únicos a receber conceito 5 no CPC (Conceito Preliminar de Curso) de 2009 e no de 2012. A análise considera os cursos com maior oferta no país.

O índice leva em conta quesitos como o desempenho dos concluintes no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e a formação do corpo docente.

Esses cursos representam somente 0,18% da lista de 7.077 divulgada ontem pelo ministério, em 17 carreiras das áreas de ciências humanas, sociais aplicadas e afins.

Ontem também foram divulgados os 270 cursos que terão o vestibular congelado por terem apresentado duas avaliações insatisfatórias sucessivas no CPC --são considerados não satisfatórios os conceitos 1 e 2.

Se as universidades federais representam 10 das 13 instituições da elite, são apenas sete na lista de instituições punidas pelo ministério.

PREOCUPAÇÃO

O desempenho das faculdades preocupa especialistas em educação superior.

"Nesse período houve uma expansão considerável do ensino superior, mas as pesquisas apontam que a qualidade não cresceu. Foram feitas poucas contratações de professores, e a evasão de alunos foi grande", afirma João dos Reis Silva Junior, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e especialista em ensino superior.

"É positiva a entrada de mais alunos no ensino superior, mas se tão poucos cursos conseguem manter o desempenho ótimo, a pergunta que fica é o que aconteceu nestes quatro anos", diz.

Nem todos as carreiras ou instituições foram avaliadas pelo Ministério da Educação em 2009. 

Fonte: Folha S. Paulo, 7.12.2013

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