quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Balanço: Programa Minha Casa Minha Vida 2010

Júlio César Teixeira
UFJF

O Programa Minha Casa Minha Vida começou a funcionar em abril de 2009 para facilitar o acesso à casa própria a famílias que ganham até 10 salários mínimos. A meta era construir um milhão de moradias.

A prioridade é para a população com renda familiar de, no máximo, três salários. E, nesta faixa, a Bahia tem sido o estado mais beneficiado. Desde a criação do programa, foram assinados contratos para a construção de 70 mil unidades. Mas menos de 10% das moradias foram entregues até agora.

Em todo o país, a previsão era construir 400 mil moradias para famílias com renda até três mínimos. O presidente Lula foi a Salvador para fazer um balanço do programa hoje, 29 de dezembro. Houve fechamento de contratos, sorteios e inauguração de conjuntos habitacionais em todos os estados ao mesmo tempo.

A Caixa Econômica Federal anunciou que, até agora, foram assinados contratos para construção de 1,3 milhão de moradias em todo país, mas apenas 247 mil foram entregues. Foram investidos no programa quase R$ 53 bilhões.

Em Juiz de Fora, são 4.247 unidades financiadas. Deste total, 2.678 moradias são destinadas a famílias com renda mensal de até três salários mínimos.

Um comentário:

  1. Júlio, ao ver sua postagem sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, me lembrei deste fato recente e que passo a relatar.

    Outro dia ao caminhar para o avião estacionado no pátio do aeroporto de Viracopos em Campinas, para tomar um vôo para o Rio, observei uma cena incomum: cerca de uma dezena de passageiros tirando fotos do avião em que iam embarcar.

    Já dentro do avião, sentei numa poltrona no corredor e ao meu ladao estavam uma menina de quatro anos na poltrona do meio e sua mãe na janela.

    Eram a primeira vez que viajavam de avião. Estavam indo visitar os avós neste final de ano no Recife. Ambas estavam com muito medo da viagem. Tentei tranquilizá-las. De fato a viagem até ao Rio foi sem sobressaltos exceto que ambas sentiram dores de ouvido.

    Embora morassem num município da grande São Paulo, pegaram o avião em Campinas porque a passagem estava mais barata. A mãe me disse que viajar de ônibus era muito cansativo e quando chegava ao destino estava praticamente doente.

    Esta introdução é para mostrar um pouco como as classes C, D,... estão sendo incluídas na economia das classes média e alta. É bonito de se ver e sentir.

    Num outro ponto da conversa, a mãe me disse que ela, professora, e o marido, segurança, estavam tentando comprar uma casa. Os dois ganham menos de 3 salários mínimos. Foram até à Caixa Econômica Federal para ver um financiamento. Me disse que havia uma exigência de pagar 30% do valor da casa como entrada. Falei com ela que devia haver alguma coisa de errado neste financiamento. Falei do programa Minha Casa, Minha Vida.

    Como se pode ver, há dificuldades operacionais para se colocar este ousado programa habitacional no ar. É mais fácil viajar de avião do que comprar uma casa, ainda que com todo apoio governamental para isso.

    Paulo Villela

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