sábado, 28 de julho de 2012

Greve de professores universitários atinge 72 dias

Após 72 dias de greve dos professores da UFJF e 47 do movimento relativo aos funcionários técnico-administrativos da instituição, os docentes não aceitaram a proposta de reajuste e plano de carreira oferecida pelo Governo federal nesta semana e, em assembleia realizada ontem pela Associação de Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), decidiram manter a paralisação local. Eles reforçaram as reivindicações da categoria, seguindo o movimento nacional. Já os funcionários aguardam uma proposta do Executivo e têm assembleia marcada para o próximo dia 30, conforme informações do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino de Juiz de Fora (Sintufejuf).

Enquanto o embate não se resolve, os impactos inerentes a qualquer paralisação já se tornam patentes não só na universidade, mas também no Colégio de Aplicação João XXII e no Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste). Atraso nas formaturas, modificação do calendário acadêmico, interrupção de projetos de extensão e de pesquisa, além de impossibilidade de acesso a equipamentos públicos, como bibliotecas e laboratórios são alguns dos agravantes. Se no princípio de agosto tradicionalmente ocorre o início do segundo semestre letivo, com entrada de calouros aprovados para as segundas turmas, desta vez, não há definição nem de quando as aulas do semestre anterior serão retomadas e o primeiro semestre letivo encerrado.

O pró-reitor de Graduação da UFJF, Eduardo Magrone, esclarece que "prejuízos decorrentes de uma greve longa ainda são restritos à necessária modificação do calendário acadêmico. Assim, quando o movimento estiver concluído, o Conselho Setorial de Graduação irá se reunir em sessão extraordinária para redefinir as datas de término do primeiro semestre letivo de 2012 e início e término do segundo semestre". Conforme o pró-reitor, devido à quantidade de dias que a paralisação atinge, o ano letivo "irá invadir o período tradicionalmente reservado ao recesso de verão" e, por isso, é provável que o próximo semestre só termine nos primeiros meses de 2013.

Assim como pondera Magrone, o presidente da Apes, Rubens Luiz Rodrigues, esclarece que, somente depois que a greve for encerrada, a questão da reposição de aulas será discutida. Segundo Rubens, o movimento "é resultado da irresponsabilidade do Governo em não cumprir o acordado em agosto de 2012 e ter protelado ao máximo a discussão sobre o plano de carreira".

Fonte: Tribuna de Minas, 28.7.2012

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